Transporte sustentável

Transporte sustentável e o desafio da gestão

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O transporte foi a espinha dorsal do desenvolvimento no século 20 e no século 21 a economia digital deve ocupar este papel, mas muito provavelmente, se aliada ao transporte, ela será inda mais impactante gerando mobilidade, e principalmente mobilidade humana, sustentável e inteligente.A tecnologia pode amenizar os aspectos negativos do transporte: a poluição, os acidentes, os engarrafamentos, a ociosidade do tempo de deslocamento…

As atividades de transporte como um todo são responsáveis por grande parte das emissões de poluentes, o que não necessariamente está relacionado ao transporte público. Aproximadamente 50% da população mundial, e quase 75% da europeia vive em áreas urbanas o que ressalta a importância da mobilidade urbana e sua relação com a qualidade de vida e com a sustentabilidade. Das sete variáveis propostas para o transporte sustentável: formalidade, visão de futuro, qualidade da integração, transparência, adequação, indicadores de controle e inovações,  a maioria delas diz mais respeito à gestão do que à operação do sistema. 

Talvez esta constatação sirva de direcionamento para entendermos onde está o problema e qual direção tomar.

A relevância da população urbana somada ao alto impacto das atividades ligadas ao setor de transporte fazem com que o transporte público urbano tenha papel crucial no desenvolvimento sustentável.

As tecnologias aplicadas aos modais são importantes, mas mais relevante ainda é o foco na gestão dos sistemas de transporte. Não são as novas formas de combustível do transporte público que farão a diferença no total das emissões, mas sim o impacto positivo que um transporte público eficiente, seguro e não poluente pode trazer para a sociedade como um todo, a tecnologia é essencial para esta tarefa.

As novas formas de mobilidade urbana, a micro-mobilidade e principalmente mais planejamento e inteligência construirão a nova realidade urbana. Sistemas integrados, que se complementem e distribuem tanto os impactos ambientais como os benefícios econômicos em uma matriz modal mais ampla e diversificada são a provável solução.

O sistema de transporte ferroviário e as linhas rodoviárias troncais cumprem o papel de conectar regiões de grande densidade e com fluxo concentrado, os sistemas rodoviários com as devidas adequações são bastante eficientes se forem devidamente planejados e a capilaridade pode ficar a cabo dos subsistemas, da micro mobilidade, soluções alternativas e serviços compartilhados e sob demanda.

O certo é que a estrutura de custos do sistema como um todo importa muito, e cada vez que um ônibus ou trem roda vazio durante a madrugada a sustentabilidade do sistema é ameaçada. Cada minuto parado em engarrafamentos gerando custos fixos incrementais sem receita e ocupando espaço viário que deveria estar sendo usado no deslocamento é desperdício dobrado de esforços.

Cada vez mais, o planejamento é necessário, mas não o planejamento que produz Planos Diretores obrigatórios, sensacionais e que não se concretizam. A construção de uma visão de futuro compartilhada com a sociedade e a aderência a ela é que são fundamentais. 

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