O Velho Continente nada de braçadas nas turbulentas águas do caos econômico, onde sua população cada dia mais se vê envolta pelos farrapos de um sistema em crise. Direitos sociais? Que direitos sociais? A política de austeridade para espantar o monstro da recessão cada dia mais amordaça aquilo que era conhecido como um dos pontos mais atraentes da Europa: A qualidade de vida.
E o furor não para por aí. Os tentáculos do doentio capitalismo europeu (o qual antes era visto como modelo econômico) incidem de forma negativa e avassaladora sobre direitos básicos da população, suprimindo diversos elementos necessários ao pacífico convívio humano, conquistados após muitos anos de evolução social.
As forças supranacionais, bem ao estilo FMI, e muitas vezes com teor ainda mais impositivo, ordenam de forma incondicional e inegociável a adoção de planos econômicos emergenciais que afrontam e decapitam diversas garantias sociais, a iniciar pelos regimes previdenciários que, gradativamente tornam a conquista da aposentadoria uma cansativa saga epopeica a ser desbravada justamente por aquelas pessoas que foram responsáveis pela reconstrução do continente destruído pela Segunda Guerra Mundial; pessoas estas hoje são negadas pelo sistema que ajudaram a construir por meio de sua força de trabalho.
Diversas pessoas, do dia pra noite, observam suas propriedades sendo confiscadas pelo mesmo sistema que, até então, incentivava a livre concorrência e o constante acúmulo de bens. Outras, ao seu turno, tendo uma família pra cuidar ou então compromissos financeiros a serem adimplidos, se encontram no total abandono social, sem qualquer emprego ou atividades que possam fornecer um montante mínimo capaz de garantir-lhes uma vida digna ou, em outras ocasiões, uma vida básica. São pessoas? Aos olhos do Estado são apenas estatísticas sobre o desemprego.
O desespero toma conta de muitos cidadãos, o “plano B” não funciona, o “C” não existe… Cabe então, como saída extrema, regredir como humano, e apropriar-se de atitudes que aludem à barbárie, saindo às ruas causando destruição e caos na falsa tentativa de fazer com que o Governo receba um choque de realidade e mude, a qualquer custo, o presente que muitos vivem.