Gestão ambiental empresarial - INBS

A Gestão Ambiental das empresas no século XXI.

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INTRODUÇÃO – GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL

 Analisando o passado podemos preparar o futuro. Esta é uma máxima da história humana, que sempre foi evidenciada por grandes pensadores e estrategistas das mais nobres causas. Em matéria de questões ambientais nunca esteve tão em voga tal ideia. Olhando diretamente a tempos não tão remotos, percebemos em comparação aos atuais o quão rápido evoluiu o homem em matéria de tecnologia e consequentemente  de conforto. O conforto buscado por ele visa o atendimento mínimo de suas necessidades básicas ou supérfluas conforme surgem no seu dia-a-dia.

Atender suas próprias necessidades nunca foi uma questão discutida de forma tão acirrada. Entretanto, suas necessidades colidem de forma substancial com a capacidade de renovação dos recursos naturais existentes no planeta. A utilização desses recursos remonta à época do próprio surgimento humano na face da Terra. Suas necessidades sempre foram saciadas às custas da exploração natural de tudo aquilo que pudesse supri-lo em qualquer situação ou pudesse ser apresentada como solução a seus problemas de vivência e sobrevivência.

Madeira, ferro, bronze, argila, areia, cascalho, alimentos vegetais, animais, o que se fizesse necessário ou se apresentasse como solução, o homem tratava de  apoderar com o simples uso de sua ferramenta mais poderosa, o conhecimento e o raciocínio lógico para a execução de estratégias, a partir desse mesmo conhecimento. Quando passa a dominar a arte de conhecer, reconhecer e processar ideias ou ações chega o homem ao seu limite e então ultrapassa-o. O domínio sobre as coisas e sobre a natureza confirma sua supremacia sobre tudo.

A exploração dos recursos naturais existentes em toda a biota vai aos poucos fazendo parte do cotidiano natural das sociedades. Então, essa exploração por técnicas rudimentares passa a ser realizada cada vez mais de forma tecnologicamente superior ao passado. Na linha do tempo mantém-se quase que estabilizada desde os tempos cavernícolas até o final do período conhecido como Idade Média. Com a chegada da Revolução Industrial a história demonstra com clareza o poder de manipulação, domínio e exploração ao qual o meio ambiente se submete à raça humana. O que não evoluiu em 1000 anos evoluiu apenas em 100, entre o século XX e o início do XXI. As tecnologias desenhadas e executadas na modernidade possuem a capacidade de resolver problemas antes insolúveis, porém em mãos erradas, ou sob métodos errados de utilização, possuem a capacidade de destruição daquilo que mais importa hoje ao próprio homem: seu planeta, sua casa.

Sua casa, pois o meio ambiente nada mais é do que sua garantia de vida por toda a eternidade. Ele sempre forneceu e continuará fornecendo: o seu sustento; suas matérias-primas; seus insumos (vegetais, minerais, animais); a manutenção do seu clima ameno; a regulação de sua atmosfera; a manutenção do ar que respira; a produção natural do líquido básico para sua sobrevivência – a água; etc e etc.

Relacionar os fatores de importância para que o homem dê a devida atenção ao espaço que chama de “casa” é desnecessário diante de toda a informação que se faz presente nos dias de hoje. Entretanto, sob um olhar mais técnico, lembramos que o “meio ambiente” é nada mais do que o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas, conforme preceitua o artigo 3° da Lei N° 6.938/81, que criou a Política Nacional de Meio Ambiente no Brasil.

Ao reger a vida entendemos que o meio ambiente é o  bem mais importante do ser humano, depois de sua própria vida, que depende do próprio meio ambiente. Desta maneira é sua obrigação zelar por sua conservação e preservação, ainda que dele se utilize direta e indiretamente.

A QUESTÃO AMBIENTAL NA SOCIEDADE MODERNA E AS EMPRESAS

Até a história moderna podemos afirmar que o meio ambiente sempre foi visto como entrave para a maioria das empresas de forma universal. Se ao mesmo tempo ele era visto como fonte de matérias-primas para todo e qualquer produto, era também visto como um vilão capaz de impedir o progresso econômico e industrial ao criar restrições de ordem jurídica a qualquer empresa de pequeno à grande porte, que dele precisasse utilizar ou, em alguns casos, até mesmo se distanciar.

Após a fase da Revolução Industrial a busca por recursos ambientais capazes de serem transformados em produtos e assim apresentados e vendidos no mercado, tornou-se uma constante, sendo que paralelamente o mundo volta-se também às questões de ordem ética e física do uso desses mesmos recursos. Em 1872 os E.U.A. criam o primeiro Parque Nacional do mundo, conhecido como Yellowstone National Park, e na esteira de criação de outras áreas consideradas de interesse preservacionista nos séculos anteriores, dá início à ideia de zoneamento ambiental com o objetivo claro de preservação dos recursos inseridos nessas áreas. O mundo passa a observar com atenção os conceitos ecológicos que então eram criados.

Ao passar do tempo, já na década de 1960 diversos eventos eclodiram e ganharam destaque mundial na questão ambiental e empresarial. O lançamento do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson também nos E.U.A.,  apontou e questionou as ações de utilização de pesticidas e sua consequente poluição do meio ambiente natural, dando início assim de forma mais peremptória, a um movimento social hoje conhecido como ambientalismo. Esse movimento, no início creditado como algo supérfluo e sem duração aparente, passou a criar laços de interesse social sobre a questão do uso dos recursos naturais, principalmente em larga escala pela ordem empresarial crescente e também pela geração de poluição, tanto diretamente pelas empresas, como pelo uso de produtos adquiridos no mercado industrial que se aperfeiçoava.

Ao mesmo tempo, outros movimentos sociais impulsionavam a nova ordem ambiental que, de moda, passava a ser considerada uma questão de interesse público. Assim, em 1968 um grupo de notáveis nas mais diversas áreas do conhecimento reuniu-se na cidade de Roma, na Itália, para discutir uma ideia simples: a evolução das tecnologias no progresso humano aliada à questão do aumento da densidade demográfica e da possível escassez de alimentos no futuro do planeta. Seus estudos resultaram em um relatório amplamente difundido e conhecido como “Limites da Terra” (Limits of Growth), o qual foi utilizado em debates na maior conferência mundial sobre meio ambiente realizada até então, no ano de 1972, na cidade de Estocolmo na Suécia, mais conhecida como Conferência de Estocolmo. Em tal reunião internacional, promovida pela Organização das Nações Unidas – ONU, surgiu o embrião do princípio do Desenvolvimento Sustentável, concluído em 1987, também pela ONU, através dos esforços de um grupo coordenado pela Primeira Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. Tal princípio, passando também a ser respeitado pelas empresas em geral, determina que o uso dos recursos ambientais deve ser realizado de forma adequada, com atendimento às normas técnicas estabelecidas para a exploração, pensando no uso atual e na garantia de preservação dos bens ambientais às futuras gerações.

Ainda na década de 1980 a maioria das empresas em todo o mundo estavam engatinhando na questão de desenvolvimento sustentável e poucas se embrenhavam de forma mais clara e objetiva na busca de novos conceitos de padrão de exploração ambiental, atendendo-se às técnicas impostas ou ainda buscando o plus que iriam, anos mais tarde, servir de diferencial entre seus concorrentes.

Com o início da década de 1990 até o momento atual, percebemos o bombardeamento de informações de cunho ambiental na mídia, produzido pela sociedade, pelas regras jurídicas ou pelo próprio mercado. Assim, uma empresa que hoje não possua níveis mínimos de sustentabilidade, ações de empreendedorismo sócio-ambiental, um balanço social eficaz, rotulagem e certificação ambiental (em especial através da série ISO 14.000), que não produza com ecoeficiência, que não se utilize do método de Produção Mais Limpa e que não faça uso do Marketing Verde, além da questão de cumprimento da legislação ambiental em vigor, é uma empresa fadada ao insucesso.

A Globalização rompeu barreiras e sumiu com fronteiras. Porém, ao trazer os recursos mais próximos do empreendedor trouxe também a concorrência, e assim no mundo moderno estabeleceu padrões mínimos de sobrevivência empresarial no mercado, dentre tais padrões surgiram os quesitos de cunho sócio-ambiental aos quais toda e qualquer empresa deve se ater, respeitando por si só, exemplificando consigo mesma e atraindo o público-alvo em suas campanhas, agregando assim maior valor a seus produtos e conquistando a tão almejada confiabilidade de mercado.

GESTÃO AMBIENTAL – O COMPROMISSO DAS EMPRESAS PARA COM O MEIO AMBIENTE

A sustentabilidade, tão almejada pela empresa moderna, é apenas um adjetivo (empresa “sustentável”) dentro de um sistema social muito maior ainda em articulação.  O desenvolvimento sustentável é dimensionado através dos aspectos: econômico, social e ambiental (GUILHERME, 2007). Uma empresa sustentável é aquela que procura atingir um patamar mínimo de confiabilidade social nos quesitos de ordem ambiental, porém o atinge de maneira suave e declaradamente a seu favor, ou seja, a sustentabilidade é uma conquista e não uma imposição.

As regras existem, o seu cumprimento é compulsório, mas a empresa que reme a favor da maré atinge maiores velocidades; desta forma a conquista da sustentabilidade será mais facilmente e garantidamente uma realidade à empresa.

Porém, quais os padrões mínimos exigidos legalmente para que uma empresa busque um lugar ao sol no universo sustentável que surge neste século? Podemos explanar com citações infinitas a autores infinitos, porém, buscamos balizar a resposta na ordem jurídica vigente em nosso país, ou seja, nas regras legais estipuladas pela democracia que ora vivemos. Junto à Constituição Federal encontramos, em seu artigo 170, que a Ordem Econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e para tanto observa o princípio da defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

Assim, a busca pela proteção ambiental dentro da Ordem Econômica, aí incluída claramente o setor empresarial, deve ser uma constante e pré-requisito para o desenvolvimento de uma nação.

OS PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL E OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

Com o advento da Lei N° 6.938, de 1981, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente, diversos instrumentos para a manutenção de padrões mínimos de qualidade ambiental surgiram e assim vincularam as ações empresariais a tais limites. Estes limites antes vistos apenas como problemas a serem escondidos pelas empresas, procurando evitar condenações por degradação ambiental em diversas áreas, passaram a ser encarados como limites a serem respeitados e, consequentemente, a serem destacados como obstáculos superados por essas mesmas empresas, dando-lhes fôlego e força para se auto intitularem “empresas sustentáveis”.

Um dos principais instrumentos de gestão ambiental que ganhou destaque é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Esses documentos são exigidos para projetos que podem causar significativo impacto ambiental, permitindo a avaliação prévia dos possíveis efeitos negativos e a adoção de medidas mitigadoras.

Além disso, a certificação ambiental, em conformidade com a série ISO 14.000, tornou-se um padrão reconhecido internacionalmente para avaliar e melhorar o desempenho ambiental das empresas. Obter a certificação demonstra um compromisso sério com a gestão ambiental responsável e pode abrir portas para novos mercados e parcerias.

A produção mais limpa (P+L) é outra abordagem importante que visa reduzir o desperdício, minimizar a poluição e otimizar o uso de recursos durante os processos de produção. Isso não apenas beneficia o meio ambiente, mas também pode reduzir custos operacionais.

Por fim, o marketing verde, ou marketing sustentável, tornou-se uma estratégia de negócios vital para empresas que desejam conquistar e manter clientes conscientes do meio ambiente. A publicidade de produtos e práticas ambientalmente amigáveis pode melhorar a imagem da empresa e aumentar a lealdade do cliente.

ESG – A Nova Métrica de Sustentabilidade Empresarial

Nos últimos anos, uma nova métrica ganhou destaque no mundo dos negócios – ESG, que significa “Ambiental, Social e Governança” (em inglês, Environmental, Social, and Governance). O ESG tornou-se um fator fundamental na avaliação da sustentabilidade empresarial e na tomada de decisões de investimento.

  • Ambiental (E – Environmental): Esta dimensão do ESG se concentra nas práticas e políticas relacionadas ao meio ambiente. Empresas comprometidas com o ESG ambiental buscam reduzir seu impacto ambiental, adotando práticas de gestão sustentável de recursos naturais, redução de emissões de carbono, gestão de resíduos e conservação da biodiversidade. Investir em energias renováveis, implementar eficiência energética e minimizar a pegada de carbono são exemplos de ações ambientais.
  • Social (S – Social): O ESG social aborda questões relacionadas ao bem-estar das pessoas, tanto dentro quanto fora da empresa. Isso inclui preocupações com a segurança dos trabalhadores, diversidade e inclusão, relações com a comunidade local, políticas de remuneração justa e igualdade de gênero. Empresas socialmente responsáveis ​​também podem estar envolvidas em programas de responsabilidade social corporativa (RSC) que contribuem para o desenvolvimento das comunidades onde operam.
  • Governança (G – Governance): A dimensão de governança do ESG se concentra nas estruturas de liderança e tomada de decisão dentro de uma empresa. Isso envolve práticas de gestão corporativa, como transparência, ética nos negócios, independência do conselho de administração e conformidade regulatória. Empresas com forte governança geralmente têm menos riscos de corrupção, conflitos de interesse e má conduta corporativa.

A adoção do ESG não é apenas uma estratégia de relações públicas; é uma abordagem holística que visa promover a responsabilidade corporativa e a sustentabilidade a longo prazo. Os investidores, cada vez mais, consideram as métricas ESG ao tomar decisões de investimento, pois reconhecem que empresas comprometidas com esses princípios tendem a ser mais resilientes e estão melhor posicionadas para enfrentar desafios futuros.

As empresas que adotam o ESG não apenas reduzem riscos associados a questões ambientais, sociais e de governança, mas também podem acessar mercados de capital mais amplos, atrair talentos qualificados e fortalecer sua reputação. O ESG não é apenas uma tendência passageira, mas uma métrica de sustentabilidade que molda a forma como as empresas operam e são avaliadas em um mundo cada vez mais consciente das questões ambientais e sociais.

O ESG é a nova métrica de sustentabilidade empresarial que está transformando a maneira como as empresas operam e são percebidas pelos investidores e pela sociedade. É uma abordagem abrangente que aborda questões ambientais, sociais e de governança, impulsionando a responsabilidade corporativa e a busca por um mundo mais sustentável. Empresas que incorporam o ESG em sua cultura e estratégia não apenas prosperam nos negócios, mas também contribuem para um futuro mais justo e ambientalmente consciente.

CONCLUSÃO

À medida que avançamos no século XXI, a gestão ambiental nas empresas não é apenas uma opção, mas uma necessidade imperativa. A conscientização pública sobre questões ambientais está em ascensão, e as empresas que não adotam práticas sustentáveis correm o risco de perder competitividade no mercado global.

O compromisso das empresas com o meio ambiente não é apenas uma obrigação legal, mas também uma oportunidade para inovação, crescimento e responsabilidade social. À medida que os padrões de qualidade ambiental e os instrumentos de gestão se tornam mais rigorosos, as empresas estão se adaptando e prosperando, tornando-se parte fundamental da solução para os desafios ambientais que enfrentamos.

Além disso, a métrica ESG (Ambiental, Social e Governança) emergiu como uma força motriz na avaliação da sustentabilidade empresarial. Empresas comprometidas com o ESG buscam não apenas cumprir regulamentações e padrões, mas também ir além, adotando práticas que reduzam o impacto ambiental, promovam a igualdade social e garantam governança ética.

À medida que a conscientização sobre o ESG cresce entre investidores e consumidores, as empresas que abraçam esses princípios não apenas se destacam, mas também estão melhor posicionadas para prosperar em um mundo onde a responsabilidade corporativa e a sustentabilidade são valorizadas.

Portanto, a gestão ambiental nas empresas do século XXI não é apenas uma tendência, mas uma realidade que define o sucesso empresarial. É uma jornada que exige esforço contínuo e compromisso com a preservação do meio ambiente, a justiça social e a ética empresarial, para o benefício das gerações presentes e futuras. O ESG não é apenas uma métrica, mas um guia para empresas que buscam um futuro mais sustentável e socialmente responsável.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal.

FIORILLO, Celso A. Pacheco, Curso de Direito Ambiental Brasileiro¸ Editora Saraiva, 2.005.

GUILHERME, Márcia Lúcia. Sustentabilidade Sob a Ótica Global e Local. São Paulo: Anablume, 2007.

SILVA, José Afonso da, Direito Ambiental Constitucional, Malheiros Editores, 2004.

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