Olá leitores!
Nessa coluna, pretendo abordar, diversos temas referentes à água e ao meio ambiente. Então, para minha estreia como colunista, achei pertinente discorrer sobre o abastecimento de água no nosso país.
Mananciais de Abastecimento
A água é um recurso fundamental para a vida no planeta. Ela está presente em praticamente tudo no nosso dia a dia, sendo utilizada em nossa higiene pessoal, atividade de lazer, para geração de energia, transporte, produção de alimentos, também faz parte de diversos processos industriais, além se ser empregada para diluir e assimilar esgotos domésticos e industriais.
No entanto, você sabe de onde vem a água que chega à sua residência?
A água que consumimos diariamente é captada de mananciais, podendo ser rios, lagos, nascentes e águas subterrâneas. Segue então para uma estação de tratamento de água e posteriormente é distribuída para os consumidores.
Distribuição de água doce no Brasil
É verdade que o Brasil é um dos países com maior disponibilidade de água doce no mundo. Então porque ouvimos tanto falar em falta de água? Pois bem, a distribuição de água no território brasileiro é bastante desigual. Estando concentrada em regiões onde há menor quantidade de habitantes e consequentemente menor demanda por uso de água. Somente a região Norte detém, cerca de 80% da água disponível, onde vive apenas 5% da população brasileira. Enquanto as regiões de clima semiárido, localizadas em boa parte do Nordeste e no norte de Minas Gerais, possuem mananciais nem sempre com água em quantidade suficiente para o abastecimento humano.
Já nas regiões metropolitanas, áreas com maior dinamismo econômico e produtivo, a forte pressão por recursos hídricos, que, em muitos casos encontram-se poluídos, resulta em conflitos referentes à quantidade e qualidade da água. Além disso, o abastecimento nessas áreas ocorre, geralmente, por meio de sistemas que atendem várias cidades de forma simultânea e interligada. O que acaba exigindo maiores investimentos em infraestrutura.
Abastecimento urbano de água
No caso do abastecimento de água na região metropolitana do Rio de Janeiro, pode-se destacar sua forte dependência de mananciais localizados fora dos limites metropolitanos. Ao menos 83% da população é abastecida pelo Sistema Integrado Guandu/Lajes/Acari. O sistema Guandu é o mais significativo entre os três. Sua água é captada do rio Guandu, um rio quase totalmente formado pela transposição das águas do rio Paraíba do Sul. Enquanto o Rio Paraíba do Sul é formado pela confluência dos rios Paraibuna e Paraitinga, que nascem no estado de São Paulo, passando por Minas Gerais e Rio de Janeiro, desaguando no Oceano Atlântico em São João da Barra (RJ).
A Estação de Tratamento de Água Guandu está localizada às margens da rodovia BR 465, no município de Nova Iguaçu. É responsável por tratar e distribuir a vazão de 45.000 l/s de água, o que corresponde a encher uma piscina olímpica de 50 metros de comprimento, por minuto. Após tratamento, a água é transportada através de dois subsistemas: o Marapicu e o Lameirão. O subsistema Marapicu é responsável por abastecer parte da Zona Oeste e Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro e para a Baixada Fluminense. Já o subsistema Lameirão, abastece vários bairros da Zona Oeste, Zona Norte, Centro e Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro, além do município de Nilópolis na Baixada Fluminense.
Nada simples né!? Muitas vezes para que a água chegue cristalina até a sua torneira ela pode ter percorrido um longo caminho e passado por diversos processos.
Atlas Água e Esgoto
A Agência Nacional de Águas (ANA) lançou em 2018 o aplicativo “Atlas Água e Esgoto”. Pelo aplicativo é possível obter informações em detalhadas da situação do saneamento básico, do sistema produtor de água e do manancial que abastece todos os municípios do país. Também apresenta alternativas técnicas para ampliação e adequação de tais sistemas. O download é gratuito e funciona como uma ótima ferramenta de educação ambiental.
A maioria dos brasileiros provavelmente não sabe de onde vem à água que os abastece. É de extrema importância a divulgação de tais informações. Assim a sociedade poderá conhecer a realidade de seus mananciais e participar de forma ativa da gestão desse bem tão precioso.
E você, sabe qual o manancial que abastece sua residência? Se o mesmo encontra-se preservado?
Fontes:
ANA – https://www.ana.gov.br/usos-da-agua/abastecimento , https://www.ana.gov.br/noticias/lancamento-app-atlas e http://atlas.ana.gov.br/atlas/forms/analise/RegiaoMetropolitana.aspx?rme=1
BRITTO, FORMIGA-JOHNSSON, CARNEIRO (2016). Abastecimento público e escassez hidrossocial na Metrópole do Rio de Janeiro. – http://www.scielo.br/pdf/asoc/v19n1/pt_1809-4422-asoc-19-01-00183.pdf