No período colonial brasileiro, as casas dos colonos eram construídas com materiais que podiam ser encontrados na natureza, como o barro, areia, pedra, fibras vegetais, bambu, madeira, etc.
As casas, cujas paredes eram feitas de barro, como é o caso da taipa de mão e de pilão, tinham que passar por muitas demãos de acabamento para protege-las de infiltrações, deterioração precoce, por estética e até higiene.
Naquela época, a parede de terra era coberta, em sua primeira camada, com uma mistura de areia e uma porcentagem de barro, que funcionava como o nosso emboço de hoje, para regularizar a superfície. A segunda camada recebia lama com fibras vegetais secas para aumentara resistência. As fibras possuem a função de não trincar a massa durante a sua secagem. A terceira camada era de fibras e areia e, por fim, uma última camada com areia mole, oleosa, com teor de matéria orgânica e cal, que tem a função de tingimento de branco.
Nas construções vernaculares de terra, o acabamento com argamassa de cal era feito após quatro meses da finalização da parede, quando ocorria a total secagem das mesmas, porém devia ser realizado em tempo seco e com a superfície umedecida. A parede, no entanto, tinha que ser caiada constantemente para a sua conservação, pois a cal garante maior elasticidade da massa.
A arquitetura portuguesa teve muita influência da moura. Os famosos muxarabis (tipo de elemento vazado feito de ripas de madeiras cruzadas, utilizados nas fachadas das construções coloniais para que as mulheres não fossem vistas olhando pelas janelas) são heranças mouras trazidas para o Brasil pelos portugueses.
Um tipo de revestimento muito utilizado pelos marroquinos é a famosa Tadelakt, um tipo de reboco liso extremamente impermeável e natural, muito utilizado em áreas externas e áreas molhadas como banheiros. A sua superfície é muito lisa, garantindo uma ótima manutenção e higiene da superfície. Essa técnica se utiliza gesso de cal de ótima qualidade, compactado, polido e tratado com sabão para deixa-lo impermeável e repelente de água.
Você pode colori-las com corantes naturais, deixando o ambiente bastante autêntico.
A Arquitetura sustentável tem o intuito de retomar estas práticas antigas não por simples saudosismo ou apreço pelo exótico, mas principalmente por inteligência, pois, com o auxílio das novas técnicas e tecnologias, agregam valor e qualidade à construção, garantido qualidade de vida ao ser humano e ao meio ambiente.