A queda vertiginosa nos custos das placas fotovoltaicas fez da tecnologia a líder mundial no crescimento das fontes de energia renováveis.
Hoje, as placas de energia solar se tornaram a forma mais barata para geração de energia alternativa na maioria dos mercados do mundo.
Segundo os dados da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), a tecnologia apresentou 87% de queda nos seus custos entre 2010 e 2019.
Da mesma forma se observa no Brasil, onde a fotovoltaica bateu mínima histórica no último leilão de energia A-4, promovido pelo governo em junho de 2019.
A queda de preços, que se repete em outras tecnologias de energia limpa, como a eólica, é a vantagem decisiva que impulsiona o mercado de renováveis no mundo.
Hoje, elas lideram a expansão elétrica mundial, saltando de uma participação de 39% em 2018 para 72% em 2019, de acordo com a IRENA.
Foram 176 gigawatts (GW) de fontes limpas instalados ano passado, sendo mais da metade desse total (55,6%) apenas de energia fotovoltaica.
Mais que em grandes usinas, instaladas também sobre as águas através de estruturas flutuantes, os projetos de energia solar se espalham entre os próprios consumidores.
No Brasil, mais de 99% dos micros e minigeradores distribuídos instalados são de sistemas solares, que totalizam uma capacidade de quase 3 GW.
O mercado solar mundial é dominado pela China, líder em capacidade acumulada (204,8 GW) e em nova capacidade instalada anual, sendo 30,1 GW em 2019.
Nos quatro primeiros meses de 2020, foram quase 4 GW instalados no país, mesmo com um setor impactado pela crise provocada pelo Covid-19.
Além de não conseguir frear a expansão na China, a pandemia também trouxe um impacto positivo para as renováveis e todo o setor elétrico mundial.
Com a queda histórica no consumo de energia, a maioria dos países registrou uma transição da sua geração elétrica em direção às fontes limpas.
Bem mais baratas de se produzir, a energia solar, eólica e demais fontes alternativas foram priorizadas em relação ao carvão, gás natural e petróleo.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), esse novo cenário deverá resultar em uma redução de 8% nas emissões de CO² do setor elétrico mundial em 2020.
O cenário pode se tornar tendência, e especialistas do setor acreditam que um novo mercado deverá emergir da crise, no qual as renováveis terão maior protagonismo na geração mundial.
Hoje, elas respondem por apenas 26% da produção energética mundial, participação que pode chegar a 57% em 2030, de acordo com a IRENA.
A energia solar ocupa o 3º lugar, com 586 GW instalados no mundo, atrás da eólica (623 GW) e a hídrica (1,2 TW).
Até 2050, no entanto, a estimativa da IRENA é que a energia solar continue crescendo e alcance a liderança das renováveis, com 8, 5 TW instalados.