O Brasil sediará a COP 30 em 2025. O evento ocorrerá na cidade de Belém, capital do Pará e contará com a presença de cientistas, líderes mundiais, imprensa internacional, formadores de opinião, sociedade, etc.
Porém, o protagonismo brasileiro como anfitrião do evento poderá ser ofuscado por um grande problema ambiental que tem se agravado: As queimadas.
Basta uma pesquisada junto aos dados do INPE e da mídia especializada que podemos constatar a ocorrência, em 2024, de alguns recordes de devastação pelo fogo tanto associados à Amazônia quanto ao Pantanal.
Os números do corrente ano já são uma péssima vitrine para o país em relação à sua posição no evento. Porém, em 2025 sem dúvidas novas queimadas ocorrerão e, a depender da intensidade, o problema se tornará ainda mais escancarado, tendo em vista que a COP 30 ocorrerá imediatamente após o fim do dito “período de queimadas”, entre agosto e outubro.
Assim, dentre inúmeros outros problemas ambientais do país, a questão das queimadas pode se tornar o “calcanhar de Aquiles” na tentativa brasileira de se colocar como protagonista no combate às mudanças climáticas globais enquanto a COP ocorre em seu quintal.
Uma ironia que acompanha o evento, é a realização do mesmo no Estado que, historicamente, mais perde cobertura vegetal/florestal e também que mais emite CO2 na atmosfera em virtude das queimadas.
Creio que, em um primeiro momento, a escolha da indicação de Belém tenha sido como uma forma de promover o evento no “coração” da Amazônia, símbolo de nossa exuberância natural. Porém, ao que tudo indica, os problemas na região do “entorno” da COP 30, na capital paraense, não serão suficientemente solucionados ou mitigados até o evento.
Resta-nos aguardar os próximos capítulos, com o sincero desejo de que nosso país atue com o protagonismo que realmente deve ter no cenário global quando o assunto é meio ambiente, mudanças climáticas e transição econômica.