Como verificar ESG – Se fossemos avaliar o padrão de publicação das empresas brasileiras como única fonte de informações para decidir onde aplicar nossos recursos, com certeza teríamos dúvida para saber qual instituição teria uma rentabilidade mais próxima da perfeição. Diante de tanta qualidade em marketing que temos visto, a realidade com a qual nos deparamos é bem diferente, visto que os investidores (principalmente de outros países) temem aplicar seus recursos no Brasil, seja pela falta de transparência por parte das empresas ou até mesmo pelas análises de maturidade que mostram quão longe nossas instituições estão.
Diante desse dilema, separei aqui algumas formas de você investidor, estudante, analista ou entusiasta no tema, entender um pouco mais sobre a agenda ESG da empresa na qual você está pensando em investir ou está avaliando seus resultados (verificar ESG). Existem muitos pontos de análise que vão além daquilo que está escrito e os que cito a seguir, auxiliarão nessa decisão:
Cultura tóxica gera agenda instável
Um primeiro ponto que pode ser claramente detectado de agendas ESG falsas está na cultura tóxica. Essas culturas, são percebidas pelos externos na forma como as relações dentro da empresa ocorrem e na reatividade em lidar com situações complexas. As empresas mais tóxicas, contam com gestão por conflito, hierarquia por autocracia e falta de abertura à discussão para as partes interessadas. Esse perfil de companhia, acaba realizando atividades que nunca vão a diante, principalmente pela falta de trabalho em equipe.
Ausência de definição clara
Empresas que não estabelecem claramente seu plano estratégico, ou que não desenham sua estrutura empresarial de forma direta, acabam por criar fluxos de responsabilidade indefinidos. Esse problema além de criar aquela questão de “cachorro com dois donos que morre de fome”, ainda cria conflitos internos causados por choque de poderes. Esse tipo de situação, gera falta de foco nas agendas ESG criando problemas que crescem dia a dia sem serem percebidos e quando descobertos, estão em proporções catastróficas.
Gestão não é exemplo
Quando uma empresa estabelece seus valores, estes precisam estar conectados diretamente ao que de fato se realiza no dia a dia. Se você tem como valor o relacionamento das pessoas, os gestores devem ser o exemplo disso e quando existe um valor que não é praticado pelos cargos hierárquicos mais altos, os demais desacreditam deles, perdendo assim o foco na execução das atividades mais importantes para manter as agendas em funcionamento e criando riscos ligados à responsabilidade de cada um dos colaboradores.
Baixa confiança nos relacionamentos
Outro ponto a ser percebido é o nível de confiança entre as pessoas que se relacionam diretamente na empresa. Ao perceber a necessidade de controles de confiança e conferência de dados por falta de confiabilidade humana, pode ser um sinal de que as agendas ESG não terão efetividade. Em locais onde a confiança entre as pessoas é baixa, mostra-se que existem valores internos para entregas a todo custo e com isso, os pontos que não são diretamente ligados aos resultados foco da empresa, são deixamos a margem como a governança, a responsabilidade social e ambiental.
Agendas pontuais
Outra temática que deve ser de atenção ao investidor e analista está nas agendas pontuais. Empresas implementam programas ESG pontuais inúmeras vezes e nem por isso tem uma boa responsabilidade socioambiental. A implementação de projetos pontuais (independentemente do tamanho) mostram uma busca por atender um determinado item, o que não traz nenhuma posição de que de fato a empresa implementará alguma agenda pensando no futuro.
Olhar para as demandas ESG publicadas, pode nos mostrar bons ventos ao futuro, porém, se não analisarmos com profundidade os reais interesses das instituições, podemos estar criando uma falsa positividade para o futuro.
As demandas ambientais, sociais e de governança carecem de atividades emergentes, principalmente pela criticidade dos impactos gerados até hoje e termos agendas que só funcionam no papel, pode ser muito crítico para o futuro do planeta e da sociedade.