Gerar a própria energia elétrica, até poucos anos atrás, era algo inimaginável para os consumidores brasileiros localizados em centros urbanos.
Presos a um modelo de mercado ultrapassado, eles não tinham outra opção a não ser pagar o preço cobrado pelas suas distribuidoras para algo indispensável em seu dia a dia.
Esse fato não seria problema se não fossem os pesados reajustes e impostos cobrados junto ao preço da energia no Brasil, que elevam seu preço a índices acima da inflação e fizeram dela, hoje, a quinta mais cara do mundo.
Mais que o impacto no bolso dos brasileiros, essa inflação nas contas de luz repercute no próprio desenvolvimento do país, afetando o setor produtivo e sua geração de empregos.
Foi em 2012, seguindo a tendência de mercado de países como EUA e China, que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) homologou as regras do segmento de geração distribuída através de sua Resolução Normativa 482.
Era o início do empoderamento do consumidor, que passou a produzir sua própria energia através de geradores movidos por fontes de energias renováveis e realizar a troca desta com a energia da rede elétrica.
Foi também o início da expansão dos sistemas de energia solar fotovoltaica, que desde o começo lideraram o segmento distribuído com sua maior garantia de geração e vantagens aos consumidores.
Inicialmente um mercado de luxo, o segmento deslanchou nos últimos anos impulsionado pela queda nos custos da tecnologia fotovoltaica e a maior oferta de linhas de financiamento de energia solar para pessoas físicas e jurídicas.
Hoje, a tecnologia se apresenta como a solução ideal para qualquer consumidor, oferecendo 25 anos de redução na conta de luz e com um tempo de retorno (payback) médio bem atrativo.
São cerca de 3,5 anos para sistemas residenciais e 5,8 anos para geradores em empresas.
Essas vantagens, somadas aos aumentos nas tarifas da energia em todo o país, levam mais brasileiros a apostarem na autogeração por placas solares e puxam o número de conexões a cada ano.
Atualmente, são mais de 150 mil conexões distribuídas em todo o Brasil e gerando acima de 1,7 Gigawatts de potência.
Neste ano o crescimento da tecnologia foi novamente acima dos 100%, com mais que o dobro de instalações de 2018.
E o futuro é ainda mais promissor. Segundo o mais recente plano decenal de expansão de energia realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), serão 1,35 milhão de brasileiros gerando a própria energia até 2027.