Agronegócio na COP 27 - Climatempo - INBS

O Agronegócio na COP 27

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O agronegócio brasileiro e a COP 27. Ao longo da história, diversos marcos importantes voltados à mitigação das mudanças do clima foram realizados. Dentre os mais famosos, está a COP 3, em 1997, onde foi assinado o protocolo de Kyoto, no qual houve a criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e também o estabelecimento de metas que deveriam ser cumpridas até 2012, voltadas às reduções das emissões de gases do efeito estufa, principalmente para os países industrializados. Além deste evento, em 2015, na COP 21, foi firmado o Acordo de Paris, onde cada país signatário estabeleceu metas de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE), chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, em inglês).

Há 30 anos o Brasil foi palco da primeira Conferência das Nações Unidades sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a ECO92 ou também chamada de Rio-92. A Conferência teve desdobramento importantes, considerando questões políticas e socioambientais, servindo como espaço para debates relacionados ao desenvolvimento sustentável. Foi um importante divisor de águas que marcou uma geração e abriu caminho para discussões que hoje fazem parte do cotidiano de grande parte da população global.

Três décadas depois, em 2022, toda sociedade se volta mais uma vez para o tema, porém, com uma mentalidade muito mais madura em relação a problemática do clima, em especial ao enfrentamento das mudanças climáticas. Tivemos a oportunidade de analisar muito mais dados ambientais, inúmeras pesquisas de ponta foram realizadas, modelos de cenários climáticos foram desenvolvidos e comitês técnico-científicos foram criados. E hoje sabemos que as mudanças climáticas já estão acontecendo, e não se trata apenas de ligarmos os alertas para algo que “pode” acontecer, mas sim, uma situação que já está sendo monitorada e observada, e já traz sérias consequências ao planeta

A COP 27 assume uma temática com foco no continente Africano, não apenas devido à localização do país anfitrião, mas pelo momento e a adaptação dos impactos ecológicos no continente. Em termos de potencial agrícola, a África deve ser o grande responsável nas próximas décadas pelo aumento na produção de alimentos. A África subsaariana é a nova fronteira agrícola global. O continente tem um crescimento populacional acima de 2%, comparado com 0,8% da média global. A taxa de urbanização fica acima dos 20%, enquanto no restante no planeta é de 14%. São mais de 400 milhões de hectares de terra cultiváveis, com clima tropical e volumes de chuva entre 800 e 1200mm por ano, e, de acordo com o Banco Mundial, menos de 10% dessas áreas estão sendo utilizadas para a agricultura.

Enquanto isso, no Brasil, a tecnologia e a inovação tem sido insumos essenciais para o desenvolvimento agrícola e o aumento da produtividade. Mas qual a relação ao clima? De acordo com pesquisas realizadas pela ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio), o maior desafio enfrentado pelos produtores é o clima, a frente de desafios como pragas e doenças, mão de obra e questões de financiamento. Mas o grande desafio, alinhado com as discussões da COP 27, é trazer a realidade das mudanças climáticas para o agronegócio, vislumbrando o horizonte que vai além da próxima safra ou da próxima estação meteorológica, e alcançando cenários e projeções para as próximas décadas.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estabeleceu um posicionamento do setor agropecuário do Brasil para apresentar na COP 27. Dentre os pontos elencados para discussão na COP, a CNA aborda: Nova meta quantificada de financiamento climático, ou seja, ampliar o financiamento para práticas, tecnologias e projetos de adaptação; mecanismos focados em adaptação voltadas às questões climáticas, de segurança alimentar e energética; adoção do plano de ação para agricultura; operacionalização dos mecanismos de mercado de carbono e recomendações de ordem geral aos negociadores brasileiros.  Essas propostas da CNA tem o objetivo de expressar a posição do agronegócio brasileiro e mostrar de que forma os agropecuaristas podem agir para alcançar as metas estabelecidas.

O Agronegócio brasileiro possui um papel importantíssimo na contribuição da mitigação das mudanças climáticas, levando em consideração diversos tópicos, como por exemplo a geração de biocombustível e o mercado de crédito de carbono. No entanto, o desafio é trazer ao pequeno e grande produtor, além das gigantes da agroindústria, a problemática de como as mudanças climáticas irão afetar questões como a produtividade e o próprio zoneamento climático das principais culturas. Com o aumento das temperaturas médias e a mudança no ciclo de umidade, inúmeras culturas devem migrar de regiões, trazendo um impacto econômico irreversível. Por exemplo: com os atuais cenários de projeções climáticas, as áreas de cultivo de café devem começar a reduzir e migrar para o Sul do Brasil.

No passado, principalmente, muitas áreas de práticas agropecuárias foram criadas de forma equivocada, devido à falta de informações e o rápido crescimento da demanda por alimentos, colocando o setor numa posição de vilão. Com o aumento da conscientização e o estabelecimento de protocolos, práticas antigas têm sido reduzidas e banidas, dando espaço à novas ações que contribuem na mitigação das mudanças climáticas, e tornando gradativamente o Agro mais sustentável.

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