Se o tema ESG está borbulhando por sobre as altas cadeiras das empresas, a Governança corporativa está tentando acompanhar esse programa com passos um pouco mais curtos.
É perceptível a quantidade de ocorrências na mídia ocasionadas por questões de assédio, racismo, condições de trabalho análogo e ainda outras questões que envolvem os pilares da governança, porém, na mesma proporção é percebida a dificuldade das corporações de todos os tamanhos em tratar dos assuntos, o que mostra uma fragilidade para com o tema em boa parte das empresas.
O tom da Governança Corporativa que vem sendo discutido e aplicado no mundo corporativo é bonito, aparenta mostrar um caminho de evolução, porém na prática, percebemos o quanto faltam tomadas de decisões e planejamento detalhado de riscos para evitar os problemas antes de acontecerem.
O caso da Nike / Neymar – Uma das noticias mais divulgadas nos últimos dias foi o rompimento do contrato com a marca esportiva Nike quanto a dificuldade de obter apoio do atleta Neymar, em uma investigação de assédio. A empresa decidiu romper o contrato com o atleta pela falta de colaboração.
A mídia demonstrou os dois lados da discussão, onde cada um desses tem sua defesa e suas respectivas razões, porém, a governança da empresa precisa estar mais preparada para esses riscos, deixar a todos muito claro as medidas para essas situações e ainda conseguir tomar medidas justas e sem a probabilidade de possíveis erros grosseiros, para nenhum dos lados.
O caso da CBF – Em uma ocorrência mais próxima, tivemos um caso na CBF onde o presidente da confederação foi citado por um suposto assédio. O caso tomou grandes proporções na mídia e a tomada de decisão de afastamento foi lenta e sem aprofundamento, claramente gerada pela pressão popular. Isso tudo demonstra que o organismo não estava preparado para esse tipo de risco e com isso a probabilidade de tomar uma ação injusta ou incorreta é muito grande, podendo em um futuro próximo gerar passivos no meio jurídico.
O caso do técnico do Cuiabá – Em outra situação ocorrida nos últimos dias, o time de futebol da serie A do campeonato brasileiro, também foi palco de um escândalo parecido. Em uma condição bem diferente das outras citadas aqui, o técnico com excelentes resultados obtidos, fora demitido após um jogo, de uma forma um tanto quanto surpresa e em comentários na mídia, seu suposto envolvimento com a mulher do presidente do clube foi o estopim para a demissão.
Mais uma vez, entramos aqui na falta de estudos e visão quanto a governança. O impacto do pessoal x profissional tomou espaço e gerou esse impacto pela falta de preparação da empresa para lidar com o funcionário. Além disso, o caso que envolve questões extra campo, jamais poderia impactar os resultados dentro das realizações profissionais, mostrando a falta de maturidade e de planejamento para essas ocorrências.
Todas essas ocorrências no meio esportivo citadas aqui, estão presentes pela falta de tato que ainda temos nas empresas quando o assunto é governança corporativa. A preparação para esse tema é urgente e pode definir diversas questões positivas ou negativas.
A mídia busca notícias, e as criticas sobre programas de Governança são prato cheio para gerar movimentos que estão cada vez mais fortes nos últimos tempos, pela busca da justiça em determinadas situações que antes eram declaradas como impunes. Uma empresa que tiver um escândalo de Governança e não souber como lidar, poderá sofrer os impactos da pressão popular e com isso, ter seu nome na lista negra das empresas para consumidores, perdendo mercado e clientes.