O plantio direto é um sistema agrícola que tem se tornado cada vez mais importante na mitigação das mudanças climáticas, principalmente quando associado com a rotação de culturas, pois colabora com a redução de emissões de gases de efeito estufa e sequestro de carbono no solo. Esse sistema consiste em deixar os resíduos da colheita anterior na superfície do solo e plantar a nova cultura sobre eles – em um pequeno sulco ou cova suficientes para garantir a cobertura e contato da semente com o solo – sem a prévia aração ou gradagem leve niveladora.
As emissões de gases de efeito estufa na agricultura podem ocorrer devido à decomposição de resíduos vegetais e à oxidação da matéria orgânica do solo. No plantio direto, a cobertura do solo com resíduos vegetais reduz a decomposição da matéria orgânica, o que diminui a emissão de gases de efeito estufa. Além disso, a técnica favorece a presença de microrganismos no solo, o que colabora com a ciclagem de nutrientes e, por consequência, contribui com o menor uso de grandes quantidades de fertilizantes químicos, que também podem gerar emissões.
Outra forma pela qual o plantio direto contribui para a mitigação das mudanças climáticas é através do sequestro de carbono no solo. O solo é um importante reservatório de carbono, e a adoção do plantio direto favorece o acúmulo de matéria orgânica na superfície, que é rica em carbono. Isso significa que a técnica pode ajudar a reduzir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) presente na atmosfera, o que é essencial para combater as mudanças do clima.
Esse sistema também colabora com a resiliência da agricultura, uma vez que um dos benefícios do plantio direto é a conservação da umidade do solo, que é importante em períodos de seca. Além disso, reduz a ocorrência de erosões e de escoamento superficial.
Portanto, o plantio direto, quando também associado com a rotação de culturas, é uma técnica agrícola que contribui para a mitigação das mudanças climáticas através da redução de emissões de gases de efeito estufa e do sequestro de carbono no solo. Pode também contribuir para a adaptação da agricultura às mudanças climáticas, promovendo a sustentabilidade na agricultura.