Com mais de 70 milhões de registros anualmente, o Brasil é o país que mais registra raios em todo o globo. O fenômeno natural que ocorre devido ao acúmulo de cargas elétricas em nuvens de grande desenvolvimento vertical, as famosas Cumulonimbus, provoca anualmente, em média, mais de 100 mortes e um prejuízo que ultrapassa 1 bilhão de reais apenas em território nacional.
O ano de 2023 começou agitado, segundo levantamento da Climatempo, apenas durante o mês de janeiro, foram registrados 327.952 raios apenas no estado de São Paulo, um aumento de 48,3% em relação ao mês de janeiro de 2022. O estado de Minas Gerais, com 630.460 registros, ocupa o primeiro lugar da lista.
Figura 1: Estados brasileiros com mais registro de raios em janeiro de 2023.
Devido aos estragos e o grande risco à vida, principalmente em operações com atividades a céu aberto, como a mineração, construção civil, setor portuário, agricultura, entre outros, empresas tem procurado cada vez mais soluções a fim de se antecipar em relação a ocorrência do fenômeno e mitigar os seus efeitos.
Existem ferramentas com metodologias diferentes para a detecção das descargas atmosféricas, os mais famosos são as redes de detecção globais e os sensores locais, estes, contribuem para a segurança e otimização das operações, evitando a perda de vidas e de equipamentos. Conheça abaixo a diferença entre eles.
Rede global de detecção e sensores locais
A rede de detecção de raios se trata de um conjunto de antenas que operam em uma frequência de rádio para detectar emissões eletromagnéticas dos raios. As antenas que compõem a rede são distribuídas no globo obedecendo uma regra de distância umas das outras. Este método permite detectar a posição do raio (latitude, longitude, altura) com alta precisão, além de informações como pico de corrente, polarização e o tipo de raio (intra nuvem ou nuvem solo). Deste modo, é possível determinar, em tempo real, o deslocamento da tempestade através da atividade elétrica, saber a taxa de crescimento ou dissipação do sistema.
Os sensores de raios locais são instrumentos instalados no local de interesse, com o objetivo de medir o campo eletromagnético emitido pelas descargas elétricas na atmosfera. Atualmente existem inúmeros modelos espalhados pelo mundo e, em geral, o sensor possui uma cobertura limitada, sendo necessário estudos sobre o local onde será instalado. Através dos dados provenientes do sensor, são estabelecidos níveis de risco para auxiliar a tomada de decisão sobre a interrupção de uma atividade externa, que pode ser afetada pela ocorrência de raios.
Figura 2: Raio registrado em Bauru/SP. Registro feito por Robson Miranda.
Sistema de Monitoramento e Alertas Climatempo (SMAC)
Após anos de experimentação e estudos, para emissão de alertas georreferenciados de raios, a Climatempo utiliza a rede de detecção de raios, método que garante aos usuários tempo hábil para tomada de decisão devido ao acompanhamento do deslocamento da tempestade, salvando vidas e contribuindo com a otimização da operação. Além disso, com a estrutura física atual, não é necessário a instalação de equipamentos no local monitorado, pois com a rede de antenas é possível fazer a detecção de raios em todo o país, garantindo agilidade, eficácia e uma excelente cobertura de monitoramento.
Atenta ao avanço da tecnologia e aos recursos disponíveis no mercado, a Climatempo possui em São José dos Campos/SP um laboratório na qual são elaborados estudos e inovações sobre serviços relacionados ao tempo e ao clima.