Povos indígenas – Nas primeiras semanas de janeiro de 2023 recebemos várias notícias sobre umas das maiores crises humanitárias em nosso país, o caso severo de desnutrição e enfermidade que o povo ianomâmi está sofrendo. Para que você possa se localizar espacialmente e historicamente, esta etnia indígena possui uma Reserva demarcada desde 1992, entre os estados do Amazonas e Roraima, o que garante a este grupo proteção do Estado brasileiro.
Além da proteção de indivíduos humanos, a causa indígena também se relaciona a preservação ambiental. Como o geógrafo David Harvey comenta em algumas de suas obras, o ser humano promove uma destruição criativa da natureza, a primeira natureza vem sendo constantemente transformada em segunda natureza. O que isso significa? Os elementos naturais são transformados em recursos para a produção de mercadorias que serão comercializadas em todo mundo, ou seja, serras são constantemente destruídas devido à mineração para alimentar uma indústria que tem o objetivo de suprir os anseios de consumo da sociedade. No nosso caso específico, temos o garimpo ilegal que desmata e contamina os rios com mercúrio na busca pelo ouro.
Qual é a função dos povos indígenas nessa estrutura? Segundo o filósofo indígena Ailton Krenak, os grupos indígenas brasileiros são responsáveis pela manutenção das maiores áreas de natureza protegida no Brasil. Ainda de acordo com ele, a própria extensão da Mata Atlântica brasileira é produto da interação entre o ser humano e natureza, onde as etnias que viviam antes da chegada dos portugueses tinha um amplo conhecimento das espécies vegetais, permitindo um espraiamento da vegetação.
Segundo a Funai, cerca 98% das terras indígenas concentram-se na Amazônia Legal, área de floresta que corresponde ao território brasileiro, onde formam conjuntos de floresta que funcionam como uma das principais barreiras ao avanço do desmatamento, seja pela agricultura ou urbanização. Aproximadamente 3% da área total das terras indígenas na Amazônia foi desmatada, enquanto na área ocupada pelo avanço da fronteira agrícola corresponde a 52,5%.
Outros grupos indígenas afetados pelo garimpo ilegal:
Segundo fontes do portal UOL de 2023, não são apenas os ianomâmis que sofrem com a degradação do garimpo ilegal na região amazônica, com maior proporção no estado do Para, são eles:
- Terra Indígena Munduruku: com 6.518 pessoas;
- Terra Indígena Sai Cinza: 1.739 pessoas;
- Terra Indígena Kayapó: 4.548 pessoas;
- Terra Indígena Baú: 188 pessoas;
- Terra Indígena Sawré Muybu: 168 pessoas
Saudações geográficas