Sustentabilidade 2025 | Iniciando nossos trabalhos (sim, redigir é um processo trabalhoso quando a escrita é embasada em compromisso), vamos analisar 23 questões importantes sobre sustentabilidade que devem ser levadas em consideração em 2025.
Na verdade, estes pontos aqui apresentados são o resultado de uma análise ampla de tudo que estudamos, analisamos e publicamos ao longo de 2024 e que repercutirá em 2025.
Bom, muitas questões poderão parecer óbvias, outras nem tanto. O intuito aqui é revisitar e apresentar alguns elementos fundamentais para o “pontapé inicial para os 12 meses vindouros”.
Vamos lá?
1. Conhecimento, planejamento e ação são, e sempre serão, os pilares da sustentabilidade corporativa. Sem esses elementos, iniciativas sustentáveis podem (e irão) falhar.
2. Indicadores de sustentabilidade são essenciais. Eles permitem medir a evolução das práticas ambientais e corrigir desvios em uma realidade de mercado cada vez mais analítica e objetiva.
3. Relatórios de sustentabilidade devem ser claros e objetivos. Relatos devem ter sua utilidade maximizada e, de fato, servir para os fins que foram criados: Informar [com segurança]. Implementar as melhores práticas do mercado é sempre fundamental: GRI, IFRS, RI e outros padrões são um exemplo disso.
4. Sustentabilidade empresarial vai além da conformidade legal. Cumprir a legislação é obrigação, mas práticas inovadoras criam valor. Contudo, ainda temos muitas empresas e organizações que sequer cumprem, efetivamente, legislações que lhes são pertinentes, sejam elas ambientais, econômicas ou sociais. O risco não poupa ninguém.
5. A liderança é crucial para a implementação da sustentabilidade. Líderes devem engajar equipes e promover mudanças significativas. Não adianta discurso bonito e alinhado com as “expectativas” de quem quer que seja, se internamente a organização está perdida.
6. Greenwashing será sempre greenwashing, no pior sentido da palavra. A comunicação corporativa deve ser baseada em veracidade, verificabilidade e clareza. Discursos, posicionamentos e políticas baseados em greenwashing são como fogo em palha: Há um ápice, efêmero, seguido pelo nada… Duram pouco e revelam muito (negativamente falando).
7. A dupla materialidade ganha relevância. Analisar uma empresa apenas sob um viés de “mão única” é uma prática desonesta com todos que fazem parte de seu círculo de influência, afinal, cada organização é fundamentalmente impactada pelo meio externo e, de igual forma, também o impacta. Esta análise, portanto, deve sempre ser sob os dois aspectos.
8. Tecnologia e sustentabilidade são, atualmente, inextricáveis. Sim, o termo usado é realmente este: inextricável, e não inexplicável. Ele significa “aquilo que não pode ser separado”. E, nos dias atuais, a tecnologia bem empregada se mostra uma forte aliada na busca por práticas de menor impacto ambiental, em qualquer meio: Corporativo, público, doméstico, industrial, etc.
9. O mercado regulado de carbono é uma tendência global. Empresas devem se preparar para a regulamentação e o comércio de créditos de carbono. A dinâmica global dos mercados interconectados também deverá ser influenciada pela lógica do carbono.
10. Energia é, e sempre será, um ativo extremamente sensível e demandado, afinal é ela que move o mundo. Cada vez mais a busca pela geração de energia renovável (do ponto de vista da perpetuidade ao longo do tempo) será fundamental para a segurança de nações ao redor do mundo.
11. Educação e conscientização internas são a base para mudanças corporativas sustentáveis. Corporações são, em suma, pessoas. Por mais tecnologias que tenhamos implementadas, a lógica corporativa sempre estará fundamentada em pessoas: Estejam elas “por trás” das organizações, sejam elas as “destinatárias” dos produtos, serviços ou atividades das empresas em geral.
12. Pressão social influencia o mercado, afinal, em última análise, a lógica do capital está focada na geração de lucros que, por sua vez, são fundamentados na própria sociedade.
13. Eventos climáticos extremos reforçam a urgência da sustentabilidade. Empresas precisam gerenciar riscos ambientais de forma proativa. Queiram elas ou não, há uma crescente necessidade por resiliência em tempos incomuns. Estruturas físicas e tecnológicas, por exemplo, são fatores na “linha de frente” quando a conversa é sobre riscos climáticos.
14. A sustentabilidade deve ser estratégica e interdisciplinar. Profissionais com visão integrada têm mais sucesso em implementar soluções de sustentabilidade. Não há como restringir a visão da sustentabilidade organizacional apenas a um setor.
15. Empresas iniciantes podem começar com ações simples. Não é preciso virar uma chave que leve do 0 ao 100% num piscar de olhos. Diagnósticos e pequenos projetos abrem caminho para uma agenda de sustentabilidade mais robusta.
16. Parcerias público-privadas aceleram mudanças sustentáveis. Iniciativas conjuntas multiplicam impactos positivos. O interesse público pelo desenvolvimento sustentável dispensa apresentações.
17. COPs são importantes, mas ações práticas são indispensáveis. As COPs são eventos importantes para a discussão global e o alinhamento de ideias (mesmo que a passos de jabutis). Porém, as mesmas por si só não bastam. Não adianta aguardar que a solução global para a sustentabilidade seja apresentada em um estalar de dedos em uma COP. Ações são fundamentais.
18. Profissionais interdisciplinares são essenciais. De nada adiantariam as características multidisciplinares e orgânicas da sustentabilidade, se apenas um tipo de profissional fosse destinado à questão. Conectar diferentes áreas permite soluções mais criativas e integradas para desafios ambientais e o desenvolvimento sustentável como um todo.
19. Sustentabilidade é um processo contínuo e escalável. Mudanças graduais são mais eficazes que transformações abruptas (muitas vezes sem planejamento ou estratégia, realizadas “a toque de caixa”).
20. O planejamento de longo prazo é crucial para a sustentabilidade. Investir em inovação hoje reduz custos futuros e aumenta a resiliência. É loucura negar que o mundo, o meio ambiente e, consequentemente, as economias não estão mudando… e é mais loucura ainda fechar os olhos para os impactos destas mudanças nas empresas, nos negócios e na sociedade como um todo.
21. A rastreabilidade de produtos será cada vez mais exigida. Garantir a origem sustentável dos itens e poder acompanhar seus movimentos na cadeia de consumo não somente garante o atendimento às demandas de mercado relacionadas às questões climáticas (carbono), mas também permite o acompanhamento com vistas à logística reversa para a gestão e gerenciamento de resíduos sólidos.
22. A sustentabilidade empresarial não é ativismo ambiental. Ponto.
23. A sustentabilidade não é inimiga dos grandes setores econômicos e seus atores. Ela é um elemento fundamental para alinhá-los com a principal necessidade global a curto, médio e longo prazos: Desenvolver-se de forma sustentável.