Com a emergência climática que enfrentamos nesse ano de 2023, o debate sobre as mudanças climáticas atingiu as diversas esferas da sociedade. Um dos temas que mais teve repercussão nesse último ano foi a necessidade da transição energética no mundo, o processo de descarbonização das economias mundiais se tornou central no combate a crise climática que estamos enfrentando.
Para melhor compreensão do tema, é preciso entender que nenhum programa de transição energética vai gerar falta de energia para as pessoas ou uma ruptura total do uso de combustíveis fósseis. Como a palavra mesmo está dizendo, é um processo gradual de substituição do petróleo e seus derivados por combustíveis de baixo impacto ambiental, como o etanol e biodiesel.
Posto isto, a transição energética precisa ser justa socialmente e ambientalmente, é necessário um planejamento de longo prazo, não sendo uma política de Governo, mas uma política de Estado. Não é simplesmente acabar com os empregos do setor de combustível fóssil e fechando as fábricas, mas uma transição desses trabalhadores para setores produtivos sustentáveis. A transição também não acontece quando apenas os países do Norte Global têm condições de descarbonizar suas economias e deixar os países do Sul Global queimarem suas reservas petrolíferas. Mas buscar uma equidade nesse processo, para que os países que não dominem as novas tecnologias, não usem a venda do petróleo como pretexto para o desenvolvimento econômico.
Podemos pensar no caso brasileiro, não temos tecnologia 100% nacional para suprir uma transição energética no setor automobilístico, saindo do carro a combustão para o elétrico. Transformando os carros elétricos vendidos no Brasil caros para a realidade da massa dos brasileiros, por isso o uso de etanol pode ser uma estratégia inteligente para nós. Sendo uma tecnologia dominada pelo setor automobilístico e, também, há a infraestrutura dos postos de combustíveis.
Portanto, precisamos fazer uma transição energética inteligente e que realmente mude a realidade da grande maioria da população brasileira, não tornando os produtos sustentáveis e ecologicamente corretos a uma classe de privilegiados. Se não, continuaremos ter semanas com crises climáticas, como temos passado nesse fim de ano, calor e chuvas extremas em diversas regiões do Brasil.
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