Softwares de Geoprocessamento - Instituto Brasileiro de Sustentabilidade - INBS

Três análises de nossas terras com Softwares de Geoprocessamento

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Sendo o meio ambiente “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (Política Nacional de Meio Ambiente, 1981), analisar esse meio ambiente de nossas terras brasileiras por meio de geoprocessamento se torna interessante e essencial para:

  • Conhecimento das características do território brasileiro;
  • Pesquisas: científicas, de planejamento territorial e de políticas públicas;
  • Embasamento de estudos ambientais para licenciamento de empresas;
  • Desenvolvimento de expertise profissional na área ambiental;
  • Sanar dúvidas sobre informações divulgadas na mídia ou governo, relacionadas a: desmatamento, queimadas, rompimentos de barragens, alagamentos e situações de risco, entre outras.

Serão apresentadas a seguir três tipos de análises que podem ser realizadas utilizando softwares de geoprocessamento, também chamados de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), como o ArcGIS, o QGIS e outros (os softwares poderão ser assunto de próximos artigos).

Para cada uma dessas análises, são descritos os objetivos da análise, para que são utilizadas, os tipos de mapeamentos que são realizados para obter o resultado final e alguns parâmetros utilizados para análise.

(O objetivo desse artigo não é apresentar detalhadamente as metodologias, mas gerar curiosidade e interesse em entendê-las/estuda-las).

1. ANÁLISE DE MUDANÇAS NO USO E OCUPAÇÃO DAS TERRAS

É uma análise que geralmente dá base para os outros mapeamentos. Esse tipo de análise tem por objetivo verificar como aconteceu o processo de mudança dos usos que fazemos em nossas terras – ou seja, se a terra que era vegetação natural passou a ser pastagem, agricultura, cidades, mineração (ou outros) e vice-versa.

Além disso, também é possível ‘prever’ situações futuras a partir dos padrões atuais, o que é chamado de modelagem ambiental.

Na parte prática dessa análise, temos:

I. inicialmente são realizadas visitas técnicas para avaliação da realidade observada em campo (que servem para tornar a análise o mais real possível). II. Os dados de campo são transportados para um software de geoprocessamento, em ambiente georreferenciado, ou seja, um ambiente que permite localizar cada ponto na superfície da Terra. III. Esses dados são processados em cima de uma imagem georreferenciada (seja de satélites, de drones ou outra origem). IV. São realizados procedimentos digitais com ferramentas estatísticas como a interpolação e ainda a matemática de mapas (a “mapemática”), que realiza operações matemáticas automaticamente para pontos, linhas, regiões e imagens, todos georreferenciados. V. Os resultados geram um mapa de uso e ocupação do solo na região em estudo (conforme exemplo de representação gráfica abaixo).

(Existem ainda instituições que realizam essa análise e deixam os dados disponíveis para consultas mais rápidas e sem necessidade de processamento primário, como o MapBiomas).

2. ANÁLISE DE FRAGMENTAÇÃO DA VEGETAÇÃO

Nós, brasileiros, fomos agraciados com uma rica biodiversidade em nossas paisagens, tanto em fauna, quanto em vegetação nativa e ainda em variedade de culturas agrícolas. Para manter essa riqueza, faz-se necessária a realização de estudos que permitam identificar suas limitações e fatores benéficos/maléficos a esses ambientes.

A análise da fragmentação de vegetação é gerada posteriormente à de uso e cobertura das terras. Em comparação, pode ser dito que o mapa de uso e cobertura das terras pode apontar onde houve desmatamento e os índices de fragmentação de vegetação irão prever quais são os possíveis impactos desse desmatamento sobre fauna, flora, rios e solos a partir da localização e formato dessas porções de vegetação restantes.

Algumas das relações geradas através de software de geoprocessamento e posteriormente estudadas são:

I. a quantidade de fragmentos em determinadas regiões, que permitem caracterizá-las; II. os tamanhos desses fragmentos, se extensos ou pequenos; III. a distância entre eles – se são áreas que se comunicam/são interligadas ou não; IV. seu formato, ou seja, se são mais alongados ou mais redondos, o que vai interferir no tipo de animais e plantas que irão sobreviver a estes locais – ex: nos fragmentos mais alongados existe maior quantidade de plantas que ficarão na borda do fragmento e serão prejudicadas, além de menor espaço para animais de maior porte.

Os resultados geram gráficos e tabelas contendo os índices, que deverão ser interpretados para garantir uma boa informação a partir dos dados.

(Existem diversos Programas de Pós-Graduação brasileiros – alguns com notas máximas de avaliação – que estudam esses índices).

3. ANÁLISE HIDROLÓGICA

O Brasil é um país repleto de rios, lagos e corpos d’água em geral, de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Alguns dos usos das águas brasileiras estabelecidos em Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente para esses cursos d’água são: abastecimento humano, dessedentação de animais, preservação das comunidades e ambientes aquáticos; atividades de recreação como natação, esqui aquático e mergulho; irrigação; aquicultura e atividade de pesca; navegação; e harmonia paisagística.

Sabendo da relevância dos recursos hídricos de nossas terras, as análises por meio de SIG ajudam na caracterização das águas, quantificação, verificação da qualidade e verificação das áreas de influência de cada rio/lago/reservatório/outros. Além disso, é possível ainda comparar os usos atuais do território com os usos permitidos na legislação, desde que haja uma boa base de dados.

Em termos práticos:

I. inicialmente, é necessário obter o Modelo Digital de Elevação da região em estudo, que pode ser encontrado facilmente em sites oficiais do governo federal e estaduais; II. Deve-se realizar uma séeerie de processamentos “mapemáticos” – ou utilizar extensões de softwares que fazem esse processamento automaticamente, não deixando de lado o monitoramento dos processos, para não incorrer em erros; III. os principais parâmetros geralmente utilizados são: a) o preenchimento das depressões expúrias no modelo de elevação, b) a geração do mapa de direção do fluxo d’água, c) a geração de mapas de comprimento e acumulação dos fluxos d’água, d) a delimitação de onde é a foz de cada rio que se deseja analisar, e e) a geração das bacias hidrográficas, por exemplo; IV. Após isso, deve-se organizar as informações desejáveis: as regiões de influência dos cursos d’água (bacias hidrográficas), definição das nomenclaturas dos rios mapeados, o comprimento dos rios, a distância dos rios até os núcleos urbanos, a possibilidade de cheias e inundações e outras informações.

Os resultados geram mapas e informações possíveis de serem transportadas para gráficos e tabelas.

(Para uma análise hidrológica completa, são ainda utilizados dados de chuvas, de características do solo, do terreno e da área da região em estudo).


Foram aqui citados apenas três tipos de análises, porém existem muitas e muitas outras alternativas e estudos que são realizados no brasil e no mundo utilizando geoprocessamento (talvez até mesmo aí na sua cidade), envolvendo, por exemplo:

Vulnerabilidade a inundações/a queimadas/a erosões (os mapas “preveem” quais são os locais mais propícios para acontecer esses fenômenos);

Perdas de qualidade e quantidade de solo agricultável;

Movimentações da fauna silvestre;

Uso de software de SIG para o planejamento ambiental, urbano, territorial e de políticas públicas;

E outros. Os limites são apenas o interesse, o tempo e os recursos necessários.

(Sugiro que você acesse o Google Acadêmico e digite cada um dos termos acima, para verificar trabalhos científicos existentes com estas temáticas.)


Para saber mais, continue acompanhando “Nossas Terras”.

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