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Quinto Episódio:  O COB. The Game of Sustainability

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The Game of Sustainability. Série de 5 capítulos eletrizantes sobre algumas construções sustentáveis, suas vantagens, desvantagens e dicas importantes para construir de forma mais econômica e mais amiga do meio ambiente.

Quinto Episódio:  O COB.

O último sistema escolhido é um dos que eu mais gosto, pela beleza, versatilidade, plasticidade: O COB. Mas convém lembrar que os sistemas construtivos sustentáveis são muitos e vale a pena sempre pesquisar qual deles se adequará à construção desejada.

O COB é um dos sistemas construtivos que usam como material-base a terra. A etimologia da palavra inglesa COB não é clara, mas carrega o sentido de “bater” ou “maçaroca”, que é exatamente como a massa de terra é utilizada na construção.

O COB consiste em paredes monolíticas feitas com uma porcentagem de 30% de argila, 70% de areia, palha em fibras finas e alongadas (bem secas) misturadas com os pés (lembra o processo de amassar as uvas para a confecção de vinho com os pés) e porcentagem de água (a dosagem deste item é mais complicada, porque depende da quantidade de água já presente na areia ou argila) de tal forma, que a massa não fique nem mole demais e nem seca demais. Ferramentas utilizadas para a construção serão: pás, enxadas, pés e mãos.

Esta técnica caracteriza-se pela plasticidade, pois as paredes são erguidas “esculpindo-as”, permitindo fazer formas muito orgânicas. Para este tipo de sistema, as paredes devem possuir uma espessura mínima (mais ou menos 45cm na base e afinando até o pé direito – um formato trapezoidal). Em algumas receitas, coloca-se também um pouco de esterco na massa, pois este componente ajuda na composição da massa.

Esta massa é misturada com os pés que trabalham como uma betoneira humana e deve ser amassada em cima de uma lona quadrada de 2mx2m, para que se possa se virar a ponta da lona até a outra extremidade, formando um rolo gigante a massa, como se fosse um quibe. Esse formato além de ajudar na mistura, ajuda a mostrar a consistência de massa, se está com muita água ou não.

O ponto bom da massa é quando ela estiver bem homogênea, e o próximo passo será fazer grandes bolotas e colocadas umas sobre as outras e amassadas com as mãos e pés esculpindo as paredes.

PENSE REDONDO!!

Liberte-se do domínio das paredes retas, presentes na maioria das construções atuais.  O COB é um super aliado das curvas e da organicidade dos formatos, pois estas tornam este sistema construtivo mais estável estruturalmente. Quanto mais a curva for fechada, mais forte estruturalmente ela ficará e menos “vontade de tombar” ela vai ter.

A massa e a espessura da parede no COB são um bloqueio térmico maravilhoso para dentro do ambiente construído.

As paredes de COB também são excelentes isolantes acústicos. Mais do que as janelas. Ou seja, o lado mais ensolarado, não será o lado mais protegido acusticamente.

Com a plasticidade do COB, é possível até fazer mobiliário, como sofás, mesas, bancos, nichos nas paredes. É possível decorar as paredes com garrafas coloridas, que enfeitam e, ao mesmo tempo, trazem uma luminosidade muito bonita para o interior do ambiente.

A desvantagem desse sistema é que ele “não gosta” de água. Sendo assim, deve-se proteger muito bem a construção da água, tanto a que provém do solo, quanto da chuva. Deve-se prever um sistema de drenagem de água muito bem feito, que mantenha afastada a água do solo, além de construir um telhado com beirais bem largos, se possível, bem avarandada, para que a água da chuva não molhe as paredes. E a casa deve ser devidamente rebocada, de preferência com uma “argamassa” que também seja natural, feita com terra, água estrume.

O ideal é que a terra para a construção seja a própria encontrada no terreno a construir, para que não haja gasto com transporte desse material até o local. No entanto, aqui pode haver outra desvantagem, pois o COB não pode ser feito com qualquer tipo de terra. O ideal é este tenha uma porcentagem de até 30% de argila.

E esse sistema construtivo funciona muito bem quando feito em sistema de mutirão, mobilizando a comunidade para sua construção.

Neste sentido, o COB nos reconecta com a nossa primordial relação com o ambiente construído, desde o reconhecimento da terra como parceira ancestral da humanidade, passando pelo exercício do sensorial, que nos aproxima do fazer artístico, até a apropriação da paisagem urbana pela comunidade.  A isso se soma a quebra de tabus, como o de que construções naturais são sinônimas de atraso, precariedade, pobreza ou de mentalidade primitiva.

Não se pode confundir a escolha de sistemas ecológicos com retrocessos. Muito pelo contrário! Além de reconhecer que um dia esses sistemas foram revolucionários e garantiram a sobrevivência de comunidades inteiras, podemos também aliá-los a todo conhecimento e tecnologia que dispomos hoje.

Na verdade, é esse o “jogo” (“The Game of Sustainability!”): os sistemas construtivos sustentáveis (sejam os antigos ou novos) e o aparato tecnológico de que dispomos são nossas armas e estratégias para conquistarmos a qualidade que o mercado imobiliário, em sua artificialidade e ganância, tende a nos sonegar.

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