Reflexão sobre sustentabilidade - INBS

Uma Reflexão sobre Sustentabilidade

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Do verbo “sustentare”, que significa sustentar em latim, a Sustentabilidade remete à ideia de sustentação ou, simplesmente de manter algo e, de forma coloquial, o sentido de sustentar pode ser associado à garantia da estabilidade ou, até mesmo, assegurar algo em sua essência.

Com o passar do tempo, este conceito evoluiu e disseminou interpretações usualmente relacionadas ao meio ambiente em todas as suas formas, ou seja, àquele que conhecemos principalmente por características naturais (natureza e suas matérias).

No contexto da estabilidade, esta se refere à condição de ser estável e equilibrado, resistindo às mudanças, perturbações e variações, temporais ou atemporais.

Ou seja, ser sustentável é manter-se em equilíbrio, sem interferir na qualidade e sem criar perturbações.

Sustentabilidade Ambiental

Voltando para as questões ambientais, o termo sustentabilidade ganhou destaque à medida que a preocupação global por questões ambientais e sociais aumentaram, além da necessidade do desenvolvimento econômico.

Ainda, o conceito foi formalizado e difundido por meio do “Relatório de Brundtland“, publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, onde trouxe a definição do Desenvolvimento Sustentável, qual seja “o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”.

A partir do ponto acima, correlacionamos – no Brasil, ao Artigo 225 da Constituição Federal de 1988: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Então, traduz-se que o meio ambiente é direito comum para todos e desenvolver-se sustentavelmente passou a ser – aparentemente – a missão mais difícil de todas!

Refletindo

Partindo para a reflexão da dificuldade em manter em curso a própria sustentabilidade, no âmago de seu conceito, tem-se que as questões sociais, ambientais e econômicas1 precisam estar entrelaçadas e caminhando por um objetivo comum, o que, teoricamente, parece simples.

Contudo, por muitas vezes, o meio ambiente natural, referindo-se ao conjunto de organismos ou comunidades de organismos vivos, condições do meio físico e interações – com destaque para a fauna e a flora, foi visto como entrave para o desenvolvimento econômico e, a relação do meio ambiente com a qualidade de vida e saúde mental não foi considerada relevante e, tão pouco, estudada.

Como consequência disto, expandir-se economicamente resultou na degradação do meio ambiente, dada como consequência da exploração de áreas verdes naturais e do desmatamento, que segue em níveis alarmantes e da exploração intensa do petróleo e seus derivados, comprometendo assim, a qualidade do ar, do solo e da água ‘alt’.

E assim, tantos outros impactos ambientais negativos passaram a sufocar a sociedade e, ironicamente, passaram a colocar em risco a própria economia.

Eis então a dificuldade em ser sustentável e desenvolver-se sustentavelmente. Equilibrar todos os aspectos exige dedicação de governos, entidades públicas e privadas e sociedades, porém nos deparamos com grande desigualdade social entre nações, estados e cidades, interesses extremamente difusos e princípios individuais.

Sendo assim, um dos principais alicerces para o desenvolvimento sustentável é a educação ambiental, associada à educação financeira.

Mas, por quê associar a educação ambiental à educação financeira?

A resposta estão em: se queremos trabalhar a sustentabilidade, onde há o cruzamento do meio ambiente, da sociedade e da econômica, devemos entender como essas esferas se relacionam e quais os benefícios do meio ambiente para a econômica e como uma boa educação financeira pode ajudar a preservar o meio ambiente.

Não é uma matemática complexa. Talvez caiba mais como uma regra de três.

Contrapontos

Contrapondo os desafios do desenvolvimento e da educação – pilar social, para justificar ou dar peso à sustentabilidade, que por anos deixou de ser considerada importante para a subsistência de, por exemplo, uma empresa – engrenagem do poder econômico, chegamos no conceito do ESG – Environmental, Social, Governance (ambiental, social, governança), amplamente explorado atualmente pelas instituições financeiras, ganhando força no período pós-pandemia da COVID 19.

Ainda que sustentabilidade e ESG sejam distintos…, sendo:

  • sustentabilidade tudo que envolve o meio e sustenta o desenvolvimento equilibrado em todos os seus pilares, não requerendo uma obrigatoriedade e sim constando de uma prerrogativa de dever, visto que um meio ambiente sadio, uma sociedade justa e uma economia positiva é direito de todos; e
  • o ESG se baliza através de métricas e indicadores a serem reportados para organismos de rastreabilidade e instituições financeiras, como os bancos, a fim de validar as ações empresariais para com o meio ambiente e sociedade e subsidiar financiamentos;

… ações sustentáveis reais têm sido impulsionadas e cobradas no mundo corporativo e a sociedade, em si, cobra por resultados.

Categoricamente, o ESG depende e deriva da sustentabilidade, o que não ocorre – necessariamente ao inverso quando consideramos a origem deste conceito.

Resumindo

Por um lado, valorizar o meio ambiente, reconhecendo que dele provemos os insumos para a nossa subsistência, que dele conquistamos nossa qualidade de vida e que por ele devemos brigar, caso queiramos que nossas presentes e futuras gerações possam continuar respirando é dar continuidade ao desenvolvimento sustentável.

Por outro lado, entender, seguir e aplicar o conceito de ESG possibilitará uma gama de ações em prol da sustentabilidade e do desenvolvimento econômico, desde que as ações sejam reais, não sendo utilizado apenas como estratégia de financiamento e marketing.

Ou seja, implementar o ESG é demonstrar na teoria, por meio de dados e informações, o que é feito na prática, fundamentando-se nos princípios da sustentabilidade.

Por fim, cabe reforçar sobre a importância da educação ambiental e financeira para o desenvolvimento sustentável e, não menos importante, para a implantação e manutenção do ESG.

Reflita sobre esse assunto!

  1. ‘Tripé da Sustentabilidade: conceito que se refere à união dos três pilares essenciais para proporcionar sustentabilidade, especialmente em uma empresa, instituição ou organização.’ ↩︎

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