Novo estudo sobre o setor elétrico mundial reforça projeção da queda de preços das fontes de energia limpa e sua liderança nos próximos anos, mas níveis de emissões ainda agravam situação do aquecimento global.
Divulgado neste mês, o relatório da empresa de consultoria empresarial americana McKinsey & Company afirma que as fontes solar fotovoltaica e eólica irão dominar o mercado global de energia ao final desta década, cenário já previsto pela BloombergNEF e outras entidades.
A principal causa apontada é a vertiginosa queda dos preços de suas tecnologias, cujas instalações ficam mais baratas a cada ano em detrimento aos custos de operação de usinas por combustíveis fósseis, afirma o estudo intitulado Global Energy Perspective 2021 (Perspectiva Global de Energia).
Os dados da McKinsey indicam que as fontes de energia renováveis, incluindo a hídrica, irão responder por mais de 50% de toda a capacidade de geração do setor elétrico mundial até 2035.
Além delas, o relatório também cita o hidrogênio verde (hidrogênio produzido com energia limpa) como outra tecnologia de preços competitivos que deverá contribuir para transição energética global.
Por outro lado, o estudo mostra o declínio dos combustíveis fósseis, que veem sua participação reduzida devido às crescentes pressões regulatórias e financeiras.
O carvão, que atingiu seu pico de demanda em 2014, deverá registrar queda de 40% até 2050, enquanto o pico do petróleo será atingido em 2029 e o do gás em 2037, afirma o relatório.
No entanto, a McKinsey alerta que o ritmo atual da transição energética ainda está muito lento para que o mundo consiga manter o nível máximo desejado de aquecimento global.
Mesmo no cenário estimado acima, o relatório aponta que as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) na geração elétrica mundial irão diminuir apenas 25% até 2050, implicando em um aumento de 3,5 ° C na temperatura do planeta.
Para que a elevação da temperatura não ultrapasse o limite desejado de 1,5 ° C neste século, as emissões de carbono precisariam cair pela metade até 2030 e continuar reduzindo em 85% até meados do século.
Caso contrário, os autores afirmam que o mundo poderá esgotar seu orçamento de carbono estipulado para 2100 já no começo da próxima década.
Para reverter esse cenário, a McKinsey afirma ser necessário que formuladores de políticas, líderes empresariais, investidores e consumidores se unam e aumentem seus esforços, dando forças a um impulso crescente em direção à descarbonização da economia global.