1. Apresentação – Consultoria ambiental
Nos dias atuais em nosso país um novo movimento cresce a cada dia. Trata-se do empreendedorismo, onde pessoas desenvolvem o próprio negócio e o colocam em funcionamento. No universo profissional relacionado a meio ambiente e sustentabilidade não é diferente. Uma diversificada parcela de profissionais lançam-se ou pretendem lançar-se no mercado de prestação de serviços de consultoria e assessoria ambiental.
De recém-formados a profissionais com ampla experiência de trabalho junto à iniciativa privada ou ao serviço público, o desejo pelo privilégio de poder conduzir e gerir a própria empresa e negócio é um fator que movimenta o cenário atual.
O universo profissional relacionado ao meio ambiente é amplo. Uma vasta gama de profissionais poderá prestar seus serviços aos mais variados tipos de clientes, pessoas físicas ou jurídicas, privados ou públicos, nacionais ou internacionais.
A crescente demanda por serviços de assessoria e consultoria ambientais tem como fundamento três fatores:
O primeiro diz respeito ao considerável aumento da conscientização social acerca da importância da preservação ambiental. As pessoas passaram a manifestar tal sentimento protecionista através de sua tomada de decisão no momento da aquisição de produtos e serviços, optando por aqueles provenientes de empresas e organizações com práticas sustentáveis e que sejam ambientalmente responsáveis.
Assim, visando ora um diferencial de mercado, ora apenas se manter dentro dos padrões de preferência do cliente e da opinião pública, empresas apresentam inúmeras novas necessidades em matéria ambiental e, muitas vezes, recorrem às consultorias e assessorias.
O segundo fator centra-se na evolução e amadurecimento do ordenamento jurídico-ambiental brasileiro (as leis e demais normas que regulamentam a relação entre as atividades humanas e o meio ambiente) e da ação positiva do Estado.
O Brasil possuí uma avançada legislação na área e a cada dia órgãos públicos de defesa do meio ambiente cobram sua efetiva observação pelas pessoas físicas, empresas, organizações, órgãos e entidades, gerando também demanda pelos mais diversos serviços de consultoria e assessoria em matéria ambiental.
Finalmente, o terceiro fator se relaciona com a questão financeira. Pra muitas empresas e demais organizações, dada a eventualidade de muitos serviços a serem contratados, manter um corpo profissional com tais habilidades é mais custoso que contratar uma consultoria, uma vez que está se dará apenas durante a resolução do problema, sem vínculo empregatício, pagamento de direitos trabalhistas, recolhimentos específicos, etc.
Neste sentido, a consultoria ambiental é uma atividade que tem como objetivo básico responder ou atender às necessidades das empresas ou pessoas físicas quando assim solicitada por meio de aconselhamento, sugestões de melhorias e prestação de serviços, embasados em firme e estruturado conhecimento. O consultor trabalha com o conhecimento, com a capacidade de análise a proposição e implantação de soluções para um conjunto de problemas apresentados pelos seus clientes.
Um escritório de consultoria deverá ser concebido com visão profissional, desde o seu projeto embrionário, o que irá requerer uma avaliação objetiva sobre a forma de atuação, bem como as expectativas comerciais que esse tipo de empreendimento requer. Sendo assim é fundamental que o empreendedor faça a modelagem do seu negócio.
Neste “guia”, apresentamos a você um rico conhecimento com orientações para a idealização e implementação de uma empresa de consultoria ambiental com baixo investimento.
Os temas abordados são considerados essenciais, e as ferramentas indicadas, são importantes para a correta estruturação e a análise do negócio como um todo. Lembre-se, no mercado, estratégia e planejamento são essenciais.
O conteúdo apresentado tem como foco três pontos de uma consultoria: Estrutura, capacitação e marketing.
Boa leitura.
2. A Consultoria Ambiental – Estrutura
“A globalização e a ampliação das relações econômicas simples e complexas são os fundamentos do crescimento da demanda por serviços de consultoria ambiental”.
Quando falamos em trabalhar com consultoria ambiental estamos nos referindo a um estabelecimento empresarial com a finalidade de prestar serviços de análise, orientação e implementação de soluções de acordo com as necessidades dos clientes. Assim, toda vez que nos referirmos ao termo empresa estamos falando de sua consultoria.
Antes de tudo, é preciso que você planeje seu negócio de forma estratégica. Nos dias atuais, iniciar um negócio sem planejamento estratégico é, praticamente, limitar, e muito, suas chances de sucesso. É preciso definir metas, objetivos, planos de ação, áreas de atuação, e assim por diante. Não basta apenas lançar-se no mercado à espera de clientes.
É como já diz um velho ditado: “Pra quem não sabe o que quer, qualquer coisa serve”. E no mercado, concorrido, tecnológico e dinâmico, qualquer coisa não é suficiente.
Os empresários justificam o insucesso das empresas dizendo que a carga tributaria é alta, ou a economia está ruim. Mas o principal motivo é a falta de planejamento. Ao contrário das pequenas, as grandes empresas definem metas e objetivos. Traçam planos estratégicos de longo prazo, e distribuem obrigações para todos os departamentos da empresa, com níveis de responsabilidades diferentes. Além disso, fazem uma análise dos ambientes internos e externos para uma melhor aplicação do planejamento e realizam também uma análise de seus objetivos estratégicos.
Neste capítulo você será apresentado a um projeto estrutural de sua consultoria. Você deverá tomar como base as questões e pontos aqui apresentados para elaborar seu projeto estratégico. Vamos lá?
2.1. Estruturando sua empresa com um Plano de Negócios
O primeiro passo para a estruturação estratégica de sua consultoria é a elaboração de um plano de negócios – PN. Trata-se de um documento orientador que apresenta as principais características de um negócio, uma análise do mercado em que o mesmo se insere, planos de ação, metas e objetivos.
Além do mais, para diversas outras necessidades, como a obtenção de recursos financeiros ou investimentos seu plano de negócios poderá ser solicitado e servirá como uma ponte, uma vez que demonstrará todos os aspectos relevantes de sua consultoria e sua solidez.
Um plano de negócios é como um mapa rodoviário com os caminhos que devem ser percorridos até que a empresa funcione plenamente. É a ferramenta utilizada por empreendedores, empresários, investidores, bancas avaliadoras, parceiros e possíveis fornecedores, para prever o investimento inicial e retorno esperado para um negócio em fase embrionária.
É o plano de negócios que permite minimizar os efeitos de ameaças do ambiente empresarial e explorar oportunidades. Quanto à utilidade de um PN para sua consultoria considere-o ESSENCIAL.
Apresentado tudo isso, vamos ao plano propriamente dito.
No fim deste e-book apresentamos um modelo completo de plano de negócios. Você poderá utilizá-lo para estruturar sua empresa. Poderá ainda seguir outros modelos disponibilizados na internet.
Todavia, o plano aqui apresentado é considerado de fácil compreensão e preenchimento e amplamente aceito e praticado no mercado.
Nos próximos tópicos desta seção apresentamos importantes considerações sobre a estrutura de seu negócio.
2.2. Mercado – clientes, concorrente e fornecedores
Para o sucesso de sua empresa é necessário conhecer bem o mercado de atuação. É preciso conhecer o “terreno” em que você e seu negócio pisarão. Neste sentido, o mercado pode ser dividido aqui em três grupos. Clientes, concorrentes e fornecedores.
Você deve conhecer o tipo de pessoas (físicas ou jurídicas) que serão seus clientes. Não conhecer a empresa ou o indivíduo em si, determinando-se cada um, mas sim estabelecer valores gerais. Por exemplo, você deve responder a questões como qual o tipo de cliente você deseja conquistar? Este cliente ele é pessoa física ou jurídica? Qual sua localização (bairro, cidade, região, estado)? Este cliente atua em qual ramo? O cliente estará diante de serviços novos ou já contratou serviços do tipo junto aos concorrentes?
É conhecendo o perfil de seu cliente, definindo o padrão de cliente desejado, que você poderá definir suas ações como marketing e prestação de serviços. É importante, pode-se dizer vital, para o sucesso de sua empresa que você tenha foco e conheça qual os principais tipos de clientes que você deseja atrair para seu negócio. Conhecendo seu cliente, identificando seus comportamentos, preferências, gostos e padrões, você poderá desenvolver produtos e serviços de acordo com a necessidade e, além disso, oferecer seus serviços da forma que o atraia para sua empresa através do marketing, etc.
Já seus concorrentes são todas as empresas que atuarão e prestarão os mesmos serviços que você. São aquelas que concorrerão diretamente pelo mesmo nicho de clientes. Aqui, você terá que conhecer bem seus concorrentes. Elenque todos e busque conhecê-los da melhor forma, destrinche seus serviços, produtos, forma de atrair clientes, o atendimento, preços, prazos, formas de pagamento.
Da análise de sua concorrência você poderá basicamente se beneficiar de suas formas. A primeira delas diz respeito à localização de pontos falhos, fraquezas e dificuldades que os concorrentes possuem, individualmente, e assim desenvolver sua empresa e serviços com atenção a esses pontos, prezando pela melhoria.
Aqui, você já poderá elaborar o que te colocará à frente da concorrência, o diferencial em relação a todas elas e a cada uma delas. Por isso vá à luta. Pesquisa, envie e-mails, solicite informações, telefone, converse com funcionários e ex-funcionários. Analise produtos, serviços, o marketing, a comunicação, busque em sites como o Reclame Aqui avaliações da empresa, reclamações de clientes, etc.
A segunda forma é obter conhecimento extremamente útil sobre boas práticas de mercado. Assim como existem pontos falhos, fraquezas e dificuldades em seus concorrentes, você também encontrará pontos de excelência e relevância, que servirá de espelho para a sua empresa. Não se trata de copiar, mas sim de analisar e aprender com aquilo que é bom. Para isso, recomendamos que você estude e pratique o que chamam no mercado de benchmarking.
Apenas a título informativo:
Benchmarking é um processo de comparação de produtos, serviços e práticas empresariais, e é um importante instrumento de gestão das empresas. O benchmarking é realizado através de pesquisas para comparar as ações de cada empresa.
O bechmarking tem o objetivo de melhorar as funções e processos de uma determinada empresa, além de ser um importante aliado para vencer a concorrência, uma vez que o benchmarking analisa as estratégias e possibilita a outra empresa criar e ter ideias novas em cima do que já é realizado.
O benchmarking consiste em aprender com outras empresas, sendo um trabalho de grande intensidade, que requer bastante tempo e disciplina. Pode ser aplicado a qualquer processo e é relevante para qualquer organização, tendo em conta que se trata de um instrumento que vai contribuir para melhor o desempenho da empresa ou organização.
O mercado fornecedor compreende todas as pessoas e empresas que forncerão as matérias-primas e equipamentos utilizados para a fabricação ou venda de bens e serviços. Inicie o estudo dos fornecedores levantando quem serão seus fornecedores de equipamentos, ferramentas, móveis, utensílios, matérias-primas, embalagens, mercadorias e serviços.
Mantenha um cadastro atualizado desses fornecedores. Pesquise, pessoalmente ou por telefone, questões como: preço, qualidade, condições de pagamento e o prazo médio de entrega. Essas informações serão úteis para determinar o investimento inicial e as despesas do negócio.
2.3. Produtos e serviços
Você deverá conhecer muito bem os produtos e serviços que fornecerá. É importante fazer um levantamento completo de cada um deles, identificando suas principais características como a descrição, o custo do mesmo para sua empresa, o preço que será ofertado no mercado, o prazo médio para realização ou fornecimento, eventuais problemas que possam surgir e como serão resolvidos visando a satisfação do cliente, qual sua capacidade inicial de fornecimento a seus clientes, etc.
Por exemplo, uma consultoria ambiental poderá fornecer laudos ambientais assinados por seus profissionais. Neste sentido, é importante conhecer: As áreas que a empresa atuará fornecendo laudos, o tempo médio para a análise e elaboração do laudo, como seu cliente poderá acompanhar a elaboração ou obter informações durante o processo de elaboração, o preço para cada tipo de laudo, os preços adicionais em caso de deslocamento, etc.
Outro exemplo pode ser a realização de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD. Saiba quanto tempo em média levará a elaboração do mesmo, o valor cobrado, se há adicionais como deslocamento, a forma de atendimento e prestação de informações ao cliente ao longo da elaboração, etc.
É importante que além de conhecer todas as características daquilo que você oferecerá, você também conheça os benefícios que eles proporcionarão. Seus clientes preferirão saber disso.
No dia a dia das vendas, os vendedores que não se profissionalizam são mestres em falar de características, por ser mais fácil, deixando de lado o mais importante, os benefícios, que são os propulsores da venda. Isso ocorre porque somente quem conhece bem seus produtos e serviços está apto a demonstrar um produto destacando benefícios, porque estes são invisíveis, sendo apenas percebidos.
Você deve conhecer bem seus produtos e serviços para apresentá-los ou oferecê-los ao seu pretenso cliente, e até mesmo identificar as principais situações em que eles sejam recomendados para, assim, identificar oportunidades e apresentá-los.
2.4. Localização e prestação de serviços
Defina todas as questões relacionadas à localização e forma de prestação de serviços. Onde será localizado a sede física de sua consultoria? Esta localização é de fácil acesso a seus clientes?
O ponto comercial do seu negócio deve estar primeiramente de acordo com o público que você quer atingir. Quando você não pensa no seu público-alvo, você corre um grande risco de não conseguir atrair os consumidores certos. Fazendo com que o resto do seu trabalho seja diminuído.
Existem dois tipos de consumidor que você deve avaliar na hora de escolher um local. Quem mora naquele bairro, as empresas que estão instaladas perto dele e pessoas que de vez em quando passam pelo local ou que se deslocariam até ele especialmente para visitar o seu estabelecimento.
O local possuirá estacionamento? Será possível estacionar na via pública nas proximidades do negócio? Há algum estacionamento próximo? Se sim, tente realizar alguma parceria para todos seus clientes estacionarem lá com desconto, por exemplo.
A visibilidade é boa? Quando falamos de fácil acesso, também falamos de fácil visibilidade. É importante que você escolha um local com uma boa circulação de pessoas. Ruas movimentadas e conhecidas são sempre boas opções. Lugares mais ‘’escondidos’’ e que não se vê movimento de carro nem de pessoas andando, são locais para se evitar.
Lembre-se também de pensar como será a fachada de seu local. Geralmente uma placa com boa visibilidade e de fácil identificação e leitura é importante. Se o estabelecimento se localizar diretamente na via pública, é interessante fazê-lo destacar das demais construções vizinhas, podendo ser identificado de longe.
2.5. Nome e marca
Uma marca bem trabalhada contribui para o sucesso do empreendimento. Crie uma marca (nome e logotipo) que seja fácil de pronunciar e memorizar.
Um nome criado de forma adequada pode determinar o curso de uma marca. Ele não é fruto de uma tentativa de descrição do produto ou serviço oferecido, mas sim do espírito, da personalidade da empresa, e o que a diferencia de qualquer outra, porque isso é o que vai ligar a marca emocionalmente a todos aqueles que entrarem em contato com ela. Além da qualidade do produto, a imagem de sua empresa é fundamental para conquistar a clientela e garantir bons resultados.
Segundo o SEBRAE:
A marca é o DNA de uma empresa e é o que conecta o cliente ao produto. Por isso, ela precisa demonstrar a capacidade do negócio para atender às necessidades do consumidor, garantindo satisfação e melhor experiência de quem escolhe o seu empreendimento.
Ela deve representar o conjunto de valores pensados pelo empresário para dar identidade ao negócio. Nesse sentido, para auxiliá-lo a trilhar o melhor caminho, confira a seguir informações e orientações sobre como construir sua marca e registrá-la.
O empreendedor deve ter o entendimento claro do que o negócio é hoje e como pretende ser amanhã, considerando as atividades e o público do empreendimento, sem esquecer aspectos como ética, confiabilidade e os pontos que destacam a empresa na concorrência. Deve estudar onde e como vai começar a divulgar a marca, o público e o alcance, e qual a relação custo e benefício nesse processo (veja adiante no tópico 4 sobre marketing).
Lembre-se que o nome de sua empresa deve transmitir autoridade naquilo que faz. Por exemplo, ABC Soluções Ambientais, Instituto de Soluções Ambientais. Certamente, em ordem crescente, ao menos a nosso ver, ABC Soluções Ambientais não transmite tanta autoridade. Já Instituto de Soluções Ambientais transmite o sentimento de confiança, seriedade e capacidade técnica naquilo que faz.
Se necessitar, realize uma pesquisa rápida entre seus contatos de confiança ou público próximo que tenha relação com o meio ambiente, seja profissional da área ou possa ser cliente seu. Apresente a eles uma relação de nomes e peça para que escolham aquele que transmitam mais confiança, seriedade e capacidade técnica.
2.6. Plano financeiro
O plano financeiro é essencial para o sucesso de seu negócio. Nessa etapa, você determinará o total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado pelos investimentos fixos, capital de giro e investimentos pré-operacionais.
O investimento fixo corresponde a todos os bens que você deve comprar para que seu negócio possa funcionar de maneira apropriada como, por exemplo, máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos.
O capital de giro é o montante de recursos necessário para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a compra de matérias-primas ou mercadorias, financiamento das vendas e o pagamento das despesas.
Compreendem os gastos realizados antes do início das atividades da empresa, isto é, antes que ela abra as portas e comece a vender. São exemplos de investimentos pré-operacionais: despesas com reforma (pintura, instalação elétrica, troca de piso, etc.) ou mesmo as taxas de registro da empresa.
É importante também que você estime o faturamento mensal inicial da empresa. Esta talvez, é uma das tarefas mais difíceis para quem ainda não iniciou suas atividades. Uma forma de estimar o quanto a empresa faturará por mês é multiplicar a quantidade de produtos a serem oferecidos pelo seu preço de venda, que deve ser baseado em informações de mercado. Para isso, considere o preço praticado pelos concorrentes diretos e o quanto seus potenciais clientes estão dispostos a pagar.
Faça suas estimativas de faturamento para um período de, pelo menos, 12 meses. Seja cauteloso ao projetar as receitas e verifique se há sazonalidade no seu ramo, isto é, se existem épocas em que as vendas aumentam ou diminuem.
Importante considerar tanto os custos fixos para sua empresa. Os custos fixos são todos os gastos que não se alteram em função do volume de produção ou da quantidade vendida em um determinado período. Por exemplo: Aluguel, energia, salários, etc.
O plano financeiro deve incluir também os custos com empregados e mão de obra. Caso sua empresa inicie sua atividade com colaboradores além de você, será necessário incluir um plano de custos mensais com mão de obra.
Agora, você deverá definir quantas pessoas serão contratadas (se necessário) para realizar as diversas atividades do negócio. Pesquise e determine quanto cada empregado receberá. Não se esqueça de que, além dos salários, devem ser considerados os custos com encargos sociais (FGTS, férias, 13º salário, INSS, horas extras, aviso prévio, etc.). Sobre o total de salários, você deve aplicar o percentual relativo aos encargos sociais, somando-os aos salários, você saberá qual o custo total com mão de obra.
2.7. Contratações
Se você for contratar pessoas pra trabalhar em sua empresa, é importante que você selecione aquelas que melhor se adequarão não somente ao serviço a ser prestado, mas também à empresa de um modo geral, com sua missão, visão e filosofia.
Assim, terá que entrevistar pessoas que estejam interessadas na vaga. Como já dito anteriormente, no tópico financeiro, você deverá ter tudo calculado em relação aos custos mensais de cada empregado. Neste sentido, não somente o candidato deverá estar preparado, mas você também, principalmente se for conduzir todo o processo seletivo e decidir quem contratar. Algumas questões interessantes:
O que você busca em uma oportunidade de trabalho?
Com esta pergunta você dá a chance ao candidato de falar o que ele espera da sua empresa como empregadora, podendo avaliar se os objetivos da empresa e do candidato são afins.
Fale sobre o seu último emprego.
Aqui é possível verificar inconsistências entre o que o candidato realizou e o que ele colocou no currículo. Ao fazer o currículo, ele teve tempo para pensar e escrever o que gostaria de ter feito, criando um cenário atrativo para o recrutador. Contudo, na fala, isso não se repete, e é neste momento que o candidato será o mais sincero possível.
O que o levou a buscar uma oportunidade de emprego nesta empresa?
Um dos quesitos mais importantes para avaliar em um candidato é se ele dedicou um tempo para conhecer o perfil da empresa, em que mercado ela atua e com o que ele pode contribuir para o crescimento da organização.
Se você pudesse voltar no tempo, o que mudaria na sua carreira?
Muitas pessoas ingressam em determinadas carreiras por falta de oportunidade ou comodidade, o que não reflete uma verdadeira paixão pelo que faz. Se o candidato for na contramão e disser que teria seguido uma outra profissão, alerta: ele não está muito feliz com o que faz, e pode dar problemas futuramente para a sua empresa.
Qual foi a experiência profissional que mais lhe agradou até hoje?
Seguindo na mesma linha da pergunta anterior, você deixa que o candidato fale a respeito do que realmente gosta de fazer, e pode analisar se ele está apto para a colocação oferecida no momento ou se ele poderia ser aproveitado em outra oportunidade. Quanto mais afinidade o candidato sentir com a oportunidade profissional, mais dedicado ele será.
2.8. Aspectos societários e tributários
Muita calma. Não será necessário ser um advogado ou contador para entender este tópico.
Primeiramente é importante que você entenda e defina os aspectos quanto à forma jurídica de sua empresa. O tipo empresarial mais comum é a Sociedade Limitada, ou LTDA. Abaixo, apresentamos as mais comuns.
a. Sociedade Limitada – LTDA: Esse tipo de empresa é aquele no qual o negócio tem dois ou mais sócios, o que explica o seu nome. Quanto ao termo “limitada”, refere-se ao fato de que os sócios são responsáveis financeira e administrativamente pela empresa conforme o capital social que aplicaram e a cláusula de exercício de administração do contrato social.
Por isso, os envolvidos não respondem pelas dívidas empresariais, por exemplo, com todos os seus bens pessoais. Há uma separação entre os bens da pessoa jurídica e os bens da pessoa física dos sócios. Assim, apenas os bens da empresa respondem pelas responsabilidades assumidas por ela.
b. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli): A Eireli funciona da mesma forma que a LTDA, mas a lei exige um capital mínimo de 100 (cem) salários mínimos, 100% integralizado (pago) na abertura. A diferença entre elas é que a Eireli sempre é formada por apenas um sócio, da seguinte forma: Ele toma decisões sozinho, por ser o único envolvido, tem seu patrimônio separado daquele da empresa, responde financeiramente por ela até o limite do capital social. Aqui, há também a diferenciação (limitação) entre o patrimônio empresarial e o pessoal.
c. Empresa Individual: Na empresa individual o empresário não é sócio, mas proprietário dela. Inclusive, o nome empresarial tem de ser o mesmo do empresário, apenas tendo a opção de escolher o nome fantasia. Neste caso, mesmo que exista um capital social, o proprietário responde 100% pelo negócio, podendo ter todo seu patrimônio pessoal tomado para cobrir dívidas empresariais em aberto, não há a divisão entre o patrimônio da empresa e o pessoal.
d. Microempreendedor Individual – MEI: Também é uma empresa individual pela qual o proprietário — que dá seu nome ao negócio — é totalmente responsável, inclusive com seus bens de pessoa física. MEIs, logo na abertura, são automaticamente enquadradas no Simples Nacional, não tendo liberdade de escolha por regime tributário. Além disso, não podem faturar mais de R$ 81 mil reais anualmente. Caso ultrapassem o valor, devem fazer a transição para empresa individual. Outra restrição é quanto ao número de funcionários, que não pode passar de um. Por isso, se o empreendedor tiver a necessidade de contar com mais mão de obra, precisa mudar o tipo de empresa para contratação.
e. Sociedade Anônima – SA: Sociedades Anônimas são empreendimentos com capital social dividido em ações, diferente dos sistemas de quotas utilizados por outros tipos de empresas. A S/A é dividida ainda em dois subtipos: S/A de capital aberto: é a organização que vende ações na bolsa de valores ao público geral por intermediação de instituições financeiras, como bancos e corretoras . S/A de capital fechado: também tem o capital dividido em ações internamente entre os sócios e outros interessados ou convidados. Mas não conta com capital aberto ao público em bolsa de valores.
Agora você deve saber um pouco sobre o regime tributário que sua empresa adotará. Em outras palavras é a forma de cálculo dos impostos a serem pagos pela mesma. A maioria das empresas em início de atividades optam pelo Simples Nacional. Abaixo apresentamos este e outros regimes:
a. Simples Nacional: Este regime é indicado para microempresas ou empresas de pequeno porte. A sua proposta é simplificar a burocracia para estas organizações, de forma a reduzir a carga tributária e unificar os impostos em uma única guia a pagar, tanto Municipais, quanto Estaduais e Federais.
O valor do faturamento para enquadramento no Simples Nacional no ano de 2018 é de R$ 4.800.000,00 por ano. Para se enquadrar nesse regime, além da avaliação do faturamento anual da empresa e o obedecimento do prazo para adoção, é preciso verificar se o tipo de atividade da empresa é permitido pelo Simples e se o sócio não possui restrição que impeça de aderir ao regime.
b. Lucro Real: A apuração dos impostos pelas empresas que optam por este regime é baseado no faturamento mensal ou trimestral da empresa e o cálculo dos impostos incide sobre o lucro efetivo da mesma. A apuração dos resultados se baseia no cálculo das receitas subtraindo as despesas e custos.
Para alguns tipos de empresas a opção por este regime se torna obrigatória em razão da atividade exercida, negócios como: bancos comerciais, sociedades de créditos, corretoras de Títulos, factoring, investimentos e financiamentos. Incluindo também aquelas empresas cujo faturamento bruto anual seja superior a R$ 48 milhões.
Dadas as características iniciais de sua empresa, este não é o melhor regime para ela.
c. Lucro Presumido: O Lucro Presumido é um regime tributário disponível para quase todo tipo de empresa: os requisitos são apenas que se fature abaixo de R$78 milhões anuais e que não se opere em ramos específicos, como bancos e empresas públicas.
Diferente do Simples Nacional, em que você paga apenas uma guia DAS com todos os impostos, no Lucro Presumido, se pagam várias guias específicas e diversas obrigações acessórias mais detalhadas e em maior número. Embora não existem muitas restrições, cremos que este regime, inicialmente, não é interessante para seu negócio.
Pronto, já vimos o tipo societário de sua empresa e o regime tributário. Agora, pra finalizar, vamos falar um pouco do porte, ou seja, o tamanho. Como sua empresa encontra-se no início, abaixo apresentaremos os dois principais formatos:
a. Microempresa: Empreendimento que tem receita bruta anual inferior ou igual a R$ 360 mil. Para formalização é necessário optar entre uma das formas de tributação (Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido) e realizar o registro em uma Junta Comercial. Nessa modalidade não há restrições para o desempenho de serviços, no entanto, é importante ter o controle do faturamento a partir do registro correto do fluxo de caixa (que deve ser realizado em toda empresa). Se o lucro ultrapassar o limite para ME, o contrato social deve ser revisto, alterando também o regime tributário do empreendimento.
Empresa de Pequeno Porte – EPP: Negócios com limite de faturamento anual de R$ 4,8 milhões podem ser enquadrados como EPP. Da mesma forma que a ME, o titular de uma Empresa de Pequeno Porte deve formalizar o negócio em uma Junta Comercial, optando por um dos regimes tributários (Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido).
Nesta seção, você conheceu um pouco sobre os conhecimentos e procedimentos que devem ser observados para a elaboração estrutural de seu negócio, além de saber da importância de um Plano de Negócios. Desenvolva seu PN observando tudo que você tenha aprendido aqui. Este é um primeiro passo, vá além, pesquise, estude.
3. Consultoria ambiental – Conhecimento técnico
Conhecimento. Capacitação técnica. Este ponto é essencial para o sucesso de sua empresa. O mercado atual é marcado pela agilidade. A concorrência certamente está buscando ampliar seus conhecimentos e se especializar em determinado assunto, tema ou serviço.
Uma empresa de consultoria deve sempre estar focada na prestação de serviços com os mais altos níveis de excelência, proporcionando ao cliente satisfação quanto ao que foi contratado. O mercado atual é marcado pela agilidade e concorrência. Neste sentido, a equação que fundamentará sua necessidade por conhecimento e especialização é simples: Clientes cada vez mais exigentes quanto à qualidade do serviço e sua concorrência sempre buscando atualização e superação de seus concorrentes, no caso sua empresa.
O profissional que procura uma boa colocação no mercado de trabalho deve estar sempre atento às necessidades e tendências de seu campo de atuação. É importante ter um diferencial e mostrar que está interessado em melhorar suas competências profissionais.
Ultimamente no país inteiro se escuta muito o termo “apagão de talentos”. Mas o que isto quer dizer? Quando alguém se refere ao apagão de talentos, está comentando sobre a falta de profissionais qualificados em diversas áreas, o que gera um efeito muito negativo para a economia brasileira. A maior preocupação para os gestores e o mercado é a falta de mão de obra especializada e competente, pois isto aumenta a dificuldade na contratação de serviços que satisfaçam as necessidades.
A capacitação é tão importante que não se resume apenas às práticas profissionais desempenhada pela empresa. Vai muito além disso. Assim, visando facilitar o entendimento, apresentamos dois segmentos.
O primeiro deles é, realmente, a capacitação técnica no que diz respeito aos serviços prestados pela empresa. Após a conclusão da graduação, tornando-se um profissional com formação superior em determinada área, é preciso ir além. De fato, os cursos de graduação não tornam o aluno um especialista em alguma área, visto que são cursos que apresentam o conteúdo de formação de uma forma generalizada.
A qualificação profissional nas organizações permite obter resultados para os indivíduos, para suas equipes de trabalho e também para as instituições. Essa qualificação pode ocorrer de diversas formas, desde a contratação de estagiários e pessoas em primeiro emprego até ações de capacitação, como treinamentos em serviço ou investimentos em cursos realizados dentro ou fora da organização.
A continuidade nos estudos é essencial. Com a tecnologia atual, a depender o conteúdo a ser estudado, é possível aprender a partir de qualquer lugar do país. Seguindo esta ideia, é muito importante não somente estar atualizado sobre áreas específicas, mas também buscar trazer inovações tanto quanto a novos produtos e serviços quanto no que diz respeito a novas formas, com mais qualidade ou menos trabalho, para se realizar determinadas atividades.
O segundo segmento diz respeito ao aperfeiçoamento das práticas internas da empresa, sejam de gestão ou de atendimento ao cliente, por exemplo. É fato que seu público, além de uma boa prestação de serviços, levará muito em conta todo o relacionamento que terá com sua consultoria, desde o primeiro contato até o momento após a conclusão dos serviços prestados.
É importante mapear toda cadeia de interação do cliente para então focar no que deve ser melhorado ou implementado. Tomemos como exemplo um serviço de licenciamento ambiental. Assim teremos:
a. Primeiro conhecimento da empresa ou serviço: O primeiro contato se dá, geralmente, através de publicidade, indicação ou pesquisa própria. Neste ponto é preciso ter uma boa estratégia pra levar o possível cliente a aumentar seu interesse pelo serviço que precisa.
b. Entrando em contato com a empresa: Aqui, superada a primeira fase, o possível cliente entrará em contato com a empresa, seja por telefone, e-mail ou até mesmo fazendo uma visita às suas instalações. Neste ponto, é muito importante atendê-lo da melhor forma, buscando ir além de suas expectativas, pois aqui se iniciará o processo de convencimento a contratar seus serviços.
c. Contratação do serviço: Uma vez decidido pela contratação do serviço, toda a prestação deverá se dar com foco na qualidade, agilidade e bom custo-benefício. Aqui, com base nesta experiência, o cliente decidirá se continua confiando e satisfeito com sua empresa a ponto de contratar seus serviços mais vezes.
d. Pós-venda: Após a conclusão e finalização do serviço, considere manter uma boa relação e buscar, ainda assim, a satisfação do seu cliente, assim, certamente, ele te contratará de novo.
Embora esta análise seja muito superficial, serve para que você tenha uma noção da importância de se mapear o relacionamento do seu cliente com sua empresa. É importante conhecer toda a relação.
Voltando à questão dos estudos técnicos, uma boa opção para a capacitação contínua são os cursos ofertados na modalidade a distância. Graduações na área de gestão e pós-graduações são voltados a desenvolver conhecimentos e capacitar o estudante para uma atividade específica. Além disso, possuem um modelo pedagógico que pode ser concluído em até dois anos, permitindo uma rápida capacitação profissional.
Estar ativo academicamente também contribui com outro importante fator profissional, o networking. Ter um bom currículo, recheado de cursos interessantes, muitas vezes é a chave essencial para a conquista do cliente, visto que ele buscará saber mais sobre quem será o profissional que atuará junto à empresa.
Porém, não podemos nos esquecer de outras habilidades que as empresas vêm, cada vez mais, buscando nos profissionais. Auto responsabilidade, empreendedorismo, flexibilidade, criatividade, disposição para aprender, e claro, capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis, sendo esta, uma condição básica para a manutenção do indivíduo em sua atividade profissional”.
Apresentamos seis dicas para se manter atualizado profissionalmente:
a. Aprenda algo novo todos os dias, mesmo que não seja relacionado ao seu trabalho.
b. Faça cursos de capacitação contínua, sejam livres, técnicos, graduação ou pós-graduação.
c. Mantenha-se atualizado quanto aos acontecimentos de sua área.
d. Utilize as redes sociais para manter-se informado.
e. Utilize sua capacidade criativa e gere soluções para os problemas da empresa.
f. Participe de eventos sobre sua área, sobre suas práticas profissionais.
4. Consultoria ambiental – Marketing
Um ponto muito importante, basicamente essencial ao sucesso de seu negócio, é, sem dúvida, o marketing. Segundo Phillip Kotler, o marketing pode ser definido como “a ciência e a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo com lucro. Marketing identifica necessidades e desejos não realizados. Ele define, mede e quantifica o tamanho do mercado identificado e o potencial de lucro”.
Aqui, abordaremos o marketing sob o aspecto prático no que diz respeito às práticas para levar sua empresa e, principalmente, seus serviços ao conhecimento do público interessado.
Sua empresa precisará de uma boa estratégia de marketing para se posicionar no mercado. Como se trata de uma consultoria ambiental, o mais interessante é o foco no público-alvo localizado na região de suas instalações físicas, seja sua cidade, seja a região da mesma.
É importante frisar que o marketing de uma consultoria ambiental não é somente anunciar seus serviços, ou então, quando se tratar de posicionamento na internet, apenas ter um site ou perfis em redes sociais e postar qualquer coisa. Isso não gera nem clientes nem credibilidade. É preciso ir além.
Não basta apresentar seus serviços, é preciso demonstrar qualidade, capacidade e confiança. Grande parte de seus clientes virão a partir do contato com alguma forma de marketing praticada.
Assim, é preciso transmitir profissionalismo e qualidade. A imagem transmitida deve ser a melhor possível desde o primeiro contato. Nada de amadorismo.
Um primeiro ponto a ser observado é o marketing junto aos clientes já existentes. Uma vez conquistado um cliente o marketing sobre ele não deve parar por aí, pois, fidelizá-lo será preciso, tanto para que haja aquisição de novos serviços quanto pelo conhecido “boca-a-boca” a ser feito. É fato que um cliente satisfeito indicará o serviço a outras pessoas, relatando sua experiência e satisfação.
Como já dito antes, é importante conhecer todo o mapa de interação do cliente com sua empresa, buscando, através do marketing e do relacionamento direto a fidelização.
Não adianta nada ter a melhor empresa do mundo se ninguém sabe que ela existe. Não adianta investir em equipamentos de ponta, em treinamento de funcionários, em limpeza e organização, visando oferecer melhores serviços, se os clientes não ficam sabendo disso. O empresário tem que saber explorar os seus serviços e as suas qualidades para captação de mais clientes, além de manter os atuais.
No Brasil, são poucos os empreendedores de micro e pequenas empresas que dão relevância para a comunicação empresarial. Estes pequenos empresários têm um conceito errado em relação ao uso das ferramentas de comunicação, incluindo a publicidade. Por isso, existe a necessidade de fortalecer o conhecimento em comunicação e marketing dentro das organizações.
A concorrência cresceu e com o avanço das tecnologias os consumidores são mais críticos e exigentes, o mercado tem que lidar com as constantes mudanças e as empresas precisam se adequar a estas modificações para manterem-se vivas.
Por essa razão, o marketing é uma ferramenta que aliada a qualquer empresa auxilia no processo dessas adaptações de maneira rápida e eficaz, pois ele é responsável por definir os mercados-alvo, identifica e quantifica as necessidades dos clientes, através da comunicação dos produtos e serviços ofertados a todos os clientes. É o marketing que também faz o monitoramento da satisfação dos clientes e dos resultados conquistados pela empresa, além de ser uma ferramenta que ajuda a empresa a deixar de cometer erros, dentre outros processos essenciais.
Para evitar erros e administrar o marketing com eficiência, é imprescindível que a empresa realize planejamento estratégico. A essência do planejamento estratégico de marketing da empresa é o conhecimento de sua situação no mercado. Após a análise da situação de mercado, identificando os problemas, as ameaças e as oportunidades com que a empresa se depara, é que se inicia o planejamento de ações de marketing.
O Marketing trabalha com algo que podemos chamar de variáveis. Estas, por sua vez, ditarão e influenciarão a maneira como suas estratégias irão ser realizadas e também na maneira como o mercado reage a estas investidas. Essas variáveis são conhecidas como Composto de Marketing ou Mix de Marketing, os famosos 4P’s, que estão divididos em: Produto, preço, praça e promoção.
Produto é todo bem ou serviço ofertado pelas empresas.
Preço refere-se ao valor monetário pelo qual o cliente pagará para obter determinado produto/serviço.
Promoção são as estratégias utilizadas para divulgar o produto ou o serviço e é justamente nesse P, que entra outro, a Publicidade.
A Praça é todo local onde o produto e/ou serviço será comercializado, atualmente na chamada era da internet esse termo pode se tornar um pouco pertinente devido aos chamados e-commerce, estes que por sua vez entregam em qualquer lugar do mundo (dependendo de sua logística).
As empresas precisaram criar técnicas e estratégias que conseguissem atender as necessidades e desejos de seus consumidores. Tornou-se imprescindível que elas conheçam o segmento do mercado em que irá se firmar, identifiquem seus concorrentes e seu público a fim de alcançar um diferencial na marca e no produto ofertado para, então, entrar no mercado competitivo tornando-se visível perante seus concorrentes.
4.1. Estratégias que funcionarão para sua consultoria
a. Fuja do convencional
Estude o que seus concorrentes estão praticando em termos de publicidade. Como estão divulgando seus produtos e serviços. Identifique os tipos de publicidades repetitivos e não os repita.
Desenvolva algo que atraia o interesse de seu público-alvo e que, ao mesmo tempo, seja diferente de tudo que é repetitivo.
b. Coloque seu negócio no mapa
Utilize os mecanismos de busca de maneira inteligente. Cada vez que um usuário procurar sua loja, a primeira coisa que deve aparecer na tela é um mapa indicando sua geolocalização. Nos dias de hoje é impossível não pensar no cliente que buscará sua empresa em motores de busca, principalmente no Google e também em redes sociais. No Google, é importante ter seu negócio marcado no Google Maps, por exemplo. Também fazer a integração entre site, redes sociais e motores de busca é essencial.
c. Invista em marketing na internet
Quando falamos de marketing online não queremos que pense em desenvolver um site e um perfil na internet e, a partir daí, fazer algumas publicações, etc. O verdadeiro marketing na internet requer uma boa estratégia e a criação de autoridade na área, ou seja, tornar-se reconhecido pelo que faz, fazendo com que qualquer pessoa interessada em um determinado serviço venha até você para buscar mais informações. Com a internet e uma boa estratégia de marketing por lá você fará com que o cliente venha até você e não o contrário.
d. Promova ações sustentáveis
Use seu ponto de venda para criar iniciativas que tragam benefícios claros para a comunidade – e mostre para os seus clientes que está fazendo o bem, leve até a sociedade valores que a empresa se identificará e, assim, ganhe a confiança das pessoas. É importante que os clientes vejam a empresa como uma aliada.
e. Firme parcerias
Parcerias com outras empresas ou profissionais são muito interessantes, pois, haverá uma colaboração no oferecimento de produtos e serviços de formas mais acessíveis e, assim, haverá um aumento no número de clientes. Identifique quem atua no mercado e ofereça aquilo que seja complementar à sua atividade. Por exemplo, um acordo de colaboração com advogado ambiental, com uma empresa de arquitetura, engenharia civil, etc. Neste acordo, ambas as partes poderiam se beneficiar, visto que haveriam indicações entre si dos serviços do outro a clientes que necessitem. O cliente certamente terá como primeira opção a indicação.
f. Estude seu público, divulgue da forma correta
É preciso entender a fundo seu público. Não basta sair anunciando seus serviços por aí. Não adianta anunciar varas de pesca a quem não goste de pescar. Não adianta oferecer livros a um público sem o hábito de ler. Assim deve ser sua abordagem quanto à publicidade de seus serviços. É preciso direcionar aquilo que é de interesse a quem se interessa. Identifique, por exemplo, eventos e locais que seu público costuma frequentar. Certamente será um bom lugar para se anunciar seus serviços. Um outdoor, por exemplo, deve ter sua localização estudada para atingir o máximo de potenciais clientes.
g. Mantenha uma base de contatos
É muito importante que você tenha uma base de contatos de todas as pessoas, sejam físicas ou jurídicas, que tiveram algum tipo de interesse em seus serviços. Desde pessoas que tenham entrado em contato via e-mail, telefone ou pessoalmente apenas perguntando por serviços ou preços, até clientes novos e recorrentes. É importante ter um forte banco de dados para apresentar novidades e condições especiais de seus serviços em momentos determinados. É importante sempre manter contato de qualidade com seus clientes para mantê-los fiéis à sua empresa e com quem ainda não é cliente para convertê-los. É importante frisar que o contato de qualidade é essencial, para não se tornar um incômodo. É preciso fornecer ao contato informações e conteúdo de qualidade que seja de seu interesse.
Apresentamos abaixo algumas formas de marketing praticadas atualmente:
a. Marketing Direto
Considerado como o pai das estratégias de marketing, todo empresário, mesmo que não sabendo, já adotou alguma prática de marketing direto. Trata-se de toda mensagem enviada por empresas para pessoas sem nenhum intermediário. Por exemplo, parceria comercial entre estabelecimentos parecidos, promoções e todas as ações que comunicam diretamente o produto e a marca como panfleto, telemarketing, folder, site e etc.
b. Marketing Indireto
Quem não é visto não é lembrado. Esse é o lema do marketing indireto – normalmente mais utilizada por empresas médias e grandes. São todas as estratégias de veiculação do logotipo e uma breve mensagem, (normalmente o slogan) em ambientes não publicitários. Por exemplo, você provavelmente sabe quais são os patrocinadores do seu time de futebol favorito. Isso é marketing indireto.
Uma boa dica de marketing indireto para pequenas empresas é organizar eventos para o seu mercado local. Por exemplo: competição de cachorro mais bonito do bairro ou palestra sobre o futuro de um determinado rio.
c. Marketing Digital
É o conjunto de estratégias de marketing e ações feitas com foco na web. Ele se diferencia do marketing tradicional por ser muito mais interativo, barato, ágil e mensurável. Ou seja, você pode fazer muito mais com menos tempo e investimento. Por meio do marketing digital é possível traçar técnicas de marketing digital como remarketing, redes sociais e aproveitar ao máximo os benefícios da tecnologia da informação como automações de marketing, sistemas que gerenciam e prospectam novos clientes online e etc.
d. Marketing de Relacionamento
Esse tipo de técnica de relacionamento é muito simples. Trata-se de todo e qualquer tipo de ação com o objetivo de fidelizar clientes. Ele é muito importante, pois o custo de aquisição de um cliente é muito maior do que o custo para manter clientes.
e. Marketing Social
O Marketing Social, feito por empresas em caráter institucional, baseia-se em ações que aliviam problemas sociais como higiene e saúde pública, de trabalho, educação, habitação, transportes e nutrição. Nesse tipo de estratégia, deve-se priorizar o bem-estar social. Muitas empresas investem nesse tipo de estratégia de marketing com o intuito de promover produtos. Essa prática invalida qualquer iniciativa de marketing social.
No fim desta obra apresentamos um guia sucinto denominado Plano de Marketing para melhor orientá-lo(a).
5. Recursos financeiros
As pequenas empresas enfrentam grandes desafios diariamente. A necessidade de antecipar as mudanças diante de previsões econômicas e políticas é imprescindível para que os pequenos empresários se mantenham ativos no mercado.
Para expandir os negócios, micro e pequenas empresas podem acessar linhas de crédito específicas para o segmento ou para a finalidade que se quer alcançar com o recurso. No entanto, antes de ir à instituição financeira e pedir recursos, é preciso tomar alguns cuidados, como, por exemplo, identificar a real necessidade de empréstimo/financiamento, pesquisar qual linha e banco melhor atendem a seu projeto e elaborar um plano de negócio.
Apresentamos a seguir algumas linhas de crédito vantajosas para sua consultoria na hora de buscar recursos para seu lançamento ou atuação no mercado. É importante ter claro o valor do financiamento e a finalidade do recurso pretendido (compra de máquinas, de equipamentos, de matéria-prima, de aumento da estrutura física etc).
5.1. Públicos
Banco do Brasil – Proger Urbano Capital de Giro
Com o Proger Urbano Capital de Giro, sua empresa pode adquirir matéria prima, pagar fornecedores e tributos ou aproveitar uma boa oportunidade para incrementar seu negócio. Sua empresa não precisa começar a pagar imediatamente, pois você tem até 03 meses para início do pagamento. O empréstimo oferece taxa mais atrativa, pois é realizado com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Governo Federal.
Prazo de pagamento de até 24 meses (incluídos os meses de carência), determinados em função do faturamento do cliente, da capacidade de pagamento do empreendimento, empresa ou grupo econômico e garantias vinculadas à operação. Isenção da cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Disponível para empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano, a contratação é realizada na agência bancária. O valor máximo da operação é de R$ 500 mil. O crédito deve proporcionar geração ou manutenção de emprego e renda. A empresa que contratar a linha de crédito deve assumir o compromisso de manter o nível de empregos até um ano após a contratação da operação.
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) oferece linhas de crédito especiais para pequenas empresas (com faturamento de até R$ 30 milhões/ano). As vantagens dessa linha de crédito do BDMG é que não são exigidos tempo de relacionamento ou adesão a outros produtos oferecidos pela instituição bancária.
Algumas das modalidades de financiamento são: capital de giro e expansão dos negócios e projetos de inovação. O BDMG cumpre sua missão de apoiar as empreas e a economia mineira através de uma combinação de linhas de crédito diferenciadas e consultoria profissional para a escolha da linha do financiamento certa, em busca do crédito consciente, capaz de resultados de crescimento surpreendentes para a sua empresa.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – Automático
O BNDES Automático é o produto do BNDES voltado ao financiamento a projetos de investimento, cujos valores financiáveis não ultrapassam R$ 150 milhões. As operações de financiamento do BNDES Automático são realizadas na forma indireta, ou seja, por intermédio de instituições financeiras credenciadas.
Podem ser financiados investimentos para implantação, ampliação, recuperação e modernização de ativos fixos, bem como projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, nos setores de indústria, infraestrutura, comércio, serviços, agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura. O produto BNDES Automático divide-se em linhas de financiamento, com condições financeiras específicas para melhor atender ao cliente, de acordo com o porte ou a atividade econômica:
BNDES Automático: projetos de Investimento: financiamento de até R$ 150 milhões para projetos de investimento de empresas de todos os setores. Podem solicitar financiamento: empresas sediadas no País; empresários individuais (pessoa jurídica); produtores rurais (pessoa física); fundações e associações; consórcios e condomínios que exerçam atividade produtiva.
BNDES – Emergencial: financiamento de até R$ 5 milhões para investimentos que propiciem a retomada da atividade econômica em municípios afetados por desastres naturais. Podem solicitar financiamento: empresas sediadas no País; empresas individuais de responsabilidade limitada; empresários individuais; produtores rurais (pessoas físicas ou jurídicas); e cooperativas.
CAIXA – Microcrédito Produtivo Orientado Caixa
Se seu empreendimento é pequeno, mas a sua vontade de crescer é grande, o Microcrédito Caixa é o ideal para seu negócio, seja para comprar materiais, equipamentos ou melhorar o ambiente. E a taxa de juros desse empréstimo é uma das melhores. O Microcrédito Caixa é ideal para empreendedores formais, informais e Empreendedores Individuais, e oferece uma equipe capacitada para visitar o seu empreendimento e esclarecer todas as suas dúvidas sobre formas de pagamento, prazos e limites do empréstimo.
O valor do crédito depende da análise do crédito e da capacidade de pagamento do empreendimento. O valor mínimo é de R$ 300,00 e, de acordo com a necessidade e o porte do negócio, pode chegar até R$ 15 mil, conforme a evolução do empreendimento. O prazo é de 04 a 24 meses. Para primeira contratação o prazo é de até 12 meses para pagar, dependendo da finalidade do crédito.
5.2. Privados
Nos dias atuais há um grande foco de investimentos privados em startups.
Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros defendem que uma startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Mas há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos especialistas e investidores: uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza.
Algumas linhas de investimento que startups podem receber:
Investimento – Anjo
É o investimento efetuado por pessoas físicas com seu capital próprio em empresas nascentes com alto potencial de crescimento. O Investidor-Anjo tem como objetivo aplicar em negócios com alto potencial de retorno. Esse é o termo mais “genérico”.
Capital semente (Seed)
Esta é uma boa fonte de recursos para empresas que ainda não estouraram, mas que já tem produtos ou serviços lançados no mercado e algum faturamento. O capital semente apoia startups em fase de implementação e organização de operações, muitos deles concebidos no seio das incubadoras de empresas. Neste estágio inicial, os aportes financeiros ajudam, entre outras funções, na capacitação gerencial e financeira do negócio. O seed pode ser feito tanto por pessoas físicas quanto jurídicas.
Incubadoras
As incubadoras representam um modelo mais tradicional de investimento a partir de um projeto ou uma empresa que tem como objetivo a criação ou o desenvolvimento de pequenas empresas ou microempresas, apoiando-as nas primeiras etapas de suas vidas. O processo de incubação inclui ajuda com a modelagem básica do negócio, ajuda com técnicas de apresentação, acesso a recursos de ensino superior, entre outros.
Aceleradoras
Apesar de serem um tipo moderno de incubadoras de empresas, as aceleradoras têm uma metodologia mais complexa. O processo para participar das aceleradoras é aberto, e estas geralmente procuram por startups consistindo de um time para apoiá-los financeiramente, oferecer consultoria, treinamento e participação em eventos durante um período específico, que pode ser de três a oito meses. Em troca, as aceleradoras recebem uma participação acionária.
Venture Capital
É uma modalidade de investimento utilizada para apoiar negócios por meio da compra de uma participação acionária, geralmente minoritária, com objetivo de ter as ações valorizadas para posterior saída da operação. O risco se dá pela aposta em empresas cujo potencial de valorização é elevado e o retorno esperado é idêntico ao risco que os investidores querem correr. O valor costuma ser muito maior que um seed, sendo de vários milhões.